quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quem curtiu música brasileira nos anos 80.

Sou um passageiro, que tem a mania de perguntar: por que? E muitas perguntas que afundam de respostas não afastam minhas dúvidas, me afogo longe de mim.
Quando não tinha nada eu quis. Quando tudo era ausência esperei.
Meu país é campo inimigo, e você finge que não me vê.
Hoje a tristeza não é passageira, hoje tive febre a tarde inteira, e quando a noite cair, cada estrela parecerá uma lágrima.
Mas tão certo como o erro de ser barco a motor e tentar usar os remos é o mal que a água faz quando se afoga e o salva vidas não está lá porque não vemos.
Nessa terra de gigantes, em que se trocam vidas por diamantes, meu coração parece um porta avioes perdido, um porto sem endereço certo, um deserto em pleno mar.
Me interessa o que não foi impresso e continua sendo escrito à mão, escrito à luz de velas, quase na escuridão.
Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão, sem querer me deram as chaves que abrem essa prisão. E tudo ficou tão claro, o que era raro ficou comum. Como um dia depois do outro. Com um dia, um dia comum.
Antes eu sonhava, agora já nem durmo, mas mesmo que pareça tolo e sem sentido, eu ainda brigo por sonhos, eu ainda brigo.
Deve existir caminhos pra continuar, pra onde ir ou pra onde voltar, mas isso só vou entender quando crescer.
Eu quero calor, o mundo é frio, minha vaidade não enxerga o paraíso eu queria alguém pra fugir, sem avisar ninguém.
Trago um pedaço da noite junto comigo. Ouço as palavras do vento me confessar o que quero esquecer. Nem sei porque me sinto assim, vem de repente um anjo triste dentro de mim.
Há um menino sempre morando no meu coraçao, toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão, não me deixa aceitar sossegado qualquer maldade ser coisa normal.
Há dias que só queria uma boa desculpa pra ficar em casa sonhando. E dias bons.
As vezes tenho que passar uma temporada na clínica Tobias tomando o soro que me induz a lutar.
A morte caminha surda ao meu lado e não sei em qual esquina ela vai me beijar ou com que rosto ela virá.
E quando a vida insiste em servir um velho ritual que serve tantos outros, o mesmo pão comido aos poucos eu só quero soprar, soprar e ver tudo voar. E não ficar nada pra contar.
Pois não sou o mudo balbuciando querendo falar, eu sou a voz da voz do outro que há dentro de mim. E também vou reclamar!
As perguntas continuam sempre as mesmas: Quem eu sou, de onde venho, pra onde eu vou? E eu só digo ahhhhhhhhhhh vamos fugir dessa jaula, matou o presidente? Não, a aula.
Palavras são sombras, as sombras viram jogos. Os números pros dias e os nomes pras pessoas. O soro tem gosto de lágrimas e as flores, cheiram a morte.
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe, a voz da chuva são nossos gemidos, os para-raios pifaram e a gente continua amando.
Tenho a faca e o queijo em minha mão, mas posso jogar tudo fora quando perco a razão.
E se ao final não for nada disso, caberá só a mim esquecer. O que ganho o que perco ninguém precisa saber.
Eu não sou seu, eu não sou de ninguém. Você não é minha, eu não tenho ninguém.
E pra terminar esse refrão, vou enfiar um palavrão. CÚ!

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