segunda-feira, 27 de junho de 2011

Salsicha e o mundo dos negócios parte II

Salsicha é um cara que detesta professor que na primeira aula chega expondo o curriculum, dizendo o que já fez e o que deixou de fazer, mesmo porque os que dizem demais quase sempre fazem de menos e desapontam, então vamos tentar não incorrer no mesmo erro  e dizer apenas que há horas de vôo suficientes para tecer algumas observações e é o suficiente para começar o post.

A forma de fazer negócios evoluiu, as empresas cresceram e  nessa evolução foram surgindo como efeito colateral os  vícios corporativos, uns engraçados e outros irritantes, vamos aos que merecem nota:

Lei de Parkinson: “O trabalho expande-se de modo a preencher todo tempo disponível para sua realização”.
Parece engraçado haver uma lei para isso e soa até cult, porém trocando em miúdos é apenas a arte da enrolação ou no nome científico se preferirem, procrastinação. Normalmente quando uma pessoa começa a trabalhar em uma empresa, sempre sobra tempo, por mais atividades que tenha para fazer, 3 meses depois ela faz menos do que fazia quando não tinha experiência e não tem mais tempo para nada.

Não tenho tempo é uma desculpa esfarrapada, pessoas organizadas sempre tem tempo. É só verificar onde o tempo está indo embora. Há pessoas que  não consigo falar nunca, mas que mantém uma intensa atividade nos joguinhos do Orkut e Facebook, sendo que ambos deduram o que o cidadão tão ocupado anda fazendo (risos). Outra que acho engraçada, as pessoas que você liga e te pedem para ligar mais tarde porque estão em reunião, ora, se está em reunião por que atende o telefone? Mais uma: as pessoas que estão em eterna reunião. Sempre fico pensando, se as reuniões são para tomar decisões, quando é que essas decisões são postas em prática já que vivem em constante reunião? Mistério......

O recado é, assuma, ao menos para você mesmo, quando estiver enrolando. E chega de acidez, vamos à parte divertida.

Chamar a empresa de “Firma” ou “Companhia” pode dar até a impressão de importância ou mistério, mas sempre fico na dúvida se o cara trabalha pra máfia.

Dizer: -Ele está em horário de almoço. Automaticamente imagino o cidadão que acabou de sair do refeitório, deitado na calçada com a cabeça encostada em um paralelepípedo e com um palito na boca esperando a “sirena” da fábrica tocar chamando de volta ao trabalho. Pode ser chatice mas, já que não existe mais o horário de almoço, não seria melhor dizer: - Ele está almoçando.

Não vou tecer comentário sobre o gerundismo que está mais à base da cadeia corporativa, mas subindo para o nível gerencial, não sei quem disse isso, mas parece que o bonito mesmo é usar expressões em inglês, dá muito mais credibilidade ao discurso. Aí é um tal de feedback, follow up, break even, dead line e budget, que transformam uma simples conversa em aula de dialeto, aliás do budget eu tenho uma história engraçada, uma vez em uma reunião, o cliente em questão me disse que não poderia fazer o investimento porque não budgetara, e eu fiquei com aquela cara de: –Hein? O que ele quis dizer era apenas que não previra o investimento no orçamento anual. Nessa, um substantivo virou verbo e matéria pra muita piada.

Tem uma dupla nova também que é uma gracinha, o ASAP e o FYI, que são apenas As Soon As Possible (Tão rápido quanto possível) e For Your Information (para sua informação). E você, amigo, ainda usa “urgente” e “para seu conhecimento” na sua comunicação escrita? Tsc tsc que atrasado, cuidado, em tempos modernos seu emprego pode estar em risco.