terça-feira, 25 de outubro de 2011

Críticas x Elogios

No dia da criança, o Danilo Gentili fez um programa especial com crianças prodígio em alguma coisa e uma delas era um pastor mirim, um garoto ali dos seus 9 ou 10 anos que já preside, com muita propriedade, cultos em uma igreja evangélica. Durante a entrevista o Danilo fez um elogio e perguntou como o garoto lidava com isso, a resposta do garoto deixou o entrevistador e o Salsicha de queixo caído: - Eu prefiro uma crítica a um elogio, o elogio mexe com a vaidade, incha o ser humano e faz com que ele não procure melhorar. Uma crítica, por mais ácida e dura que seja, faz com que o o ser humano reflita e procure evoluir, além de deixá-lo mais humilde, menos soberbo.
Não há muito o que comentar, só parabenizar e dividir com as pessoas especiais que visitam este cantinho.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pérolas da publicidade.

Existe uma matéria na faculdade de Letras, chamada Análise do Discurso que defende a idéia de que não existe texto sem intencionalidade, aberta ou implícita e a propaganda é uma das áreas que mais se utiliza das técnicas implícitas,  sobretudo a neurolinguística, já que o texto não é so escrito e falado e há todo tipo de recurso discursivo para despertar o desejo de consumo. Entretanto, de vez em quando, no afã de fazer propagandas bonitinhas ou engraçadas acontecem umas coisas que deixam essa humilde Salsicha que vos fala paralizada, e quando a Salsicha acha ruim não dá outra, ela fala mesmo. Então, vamos fazer uma análise de discurso juntos? Talvez vocês me ajudem a compreender ou eu os ajude a descompreender.

Case 1: Comercial dos postos Ipiranga:



A cena: o cara chega mais cedo em casa porque resolveu a vida na conveniência do posto e pega um monte de homens saindo da casa dele.
A minha leitura: Cliente dos postos Ipiranga é Corno.
Detalhe, o banco Itau já havia caído nessa, com uma propaganda exatamente igual, só que o mote era o Internet Banking que agilizava a vida do cliente.

Case 2: Pastilhas Benalet



A cena: Um casal jantanto, ela está com a garganta irritada e por conta disso todas as ações são mal interpretadas e com isso eles acabam ficando juntos.
Minha leitura: Não cheguei a conclusão nenhuma, não entendi se a propaganda dizia para usar ou não usar Benalet, meu amigo Rogenski chegou a uma conclusão melhor: -Não use Benalet e se dê bem.

Case 3: Vivo operadora de celular

Não encontrei o vídeo no youtube e vamos aproveitar aqui para malhar um pouco mais, quase tudo que as operadoras de celular fazem é uma porcaria, vejam vocês que nem a propaganda consigo encontrar, se alguém encontrar me envie por gentileza.

A Cena: O cara tem uma namorada em cada estado porque é só 9 centavos o minuto para falar com elas.
A minha leitura: Vivo, a operadora de celular dos canalhas.

Fica o toque para os gênios do Marketing: -Assim como piada, propaganda que precisa ser explicada não é boa.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Salsicha perdido em Barretos.

Ontem eu estava olhando os álbuns de fotos do uol, aí achei um de Barretos, fiquei estarrecido, homens bombadíssimos, tatuados, vestindo apenas  calça jeans, botas e chapéu, pegando as garotas a laço na rua e o pior é que todos estavam achando engraçado e normal, aliás, as pessoas pagam, e caro, para estar lá.
O cérebrozinho de Salsicha começou as elucubrações, ao invés de correr atrás da caça e da sobrevivência  os músculos são produzidos em uma academia,  o macho predominante tentando copular com o maior número possível de fêmeas sadias, me parece um tanto familiar esse ritual do acasalamento, só faltou a paulada na cabeça e arrastar a fêmea para a caverna. Incrível o tanto que evoluímos no decorrer da nossa história.....

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Salsicha na cruzada contra o fumo.

Um post rápido com um estranhamento de Salsicha: o ser humano evoluiu tanto, aprendemos a respeitar o direito alheio apanhando o cocozinho do cachorro, aprendemos a não jogar papel no chão, mas parece que uma parte da espécie esqueceu de evoluir. Dentro desse processo alguém esqueceu de informar que a bituca de cigarro é tão lixo quanto outro papel qualquer, ou seja, ela não deve ser indiscriminadamente atirada no chão sem o menor pudor como acontece muito e pasmem, mas algumas pessoas acham que bituca de cigarro é adubo, acabou de fumar, joga em um vaso ou canteiro e tá resolvido.
Parte II, a fumaça, alguém já notou que fumante adora fumar nas janelas? Quando eu vejo isso acontecer sempre penso: -Será que por acaso ele pensa que venta de dentro pra fora? Mistério....
Sem que preciser me tornar chato, prezado Sr. Fumante, basta lembrar que o seu direito termina onde começa o meu e tá dado o recado.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Salsicha, o revisor de textos.

Provavelmente minha mãe não me olhou no berço e disse você vai ser revisor,  mas fato é que a vida deu voltas e uma hora me ví com essa função no colo e revisor meus caros, é um cara muito chato, ou alguém aí acha bacana passar a vida procurando erro alheio? É  quase uma maldição, o texto cai  em suas mãos e ao invés de entender o conteúdo fica procurando detalhes mínimos do que pode ser melhorado e, em uma cultura que tão poucos tem o hábito de ler, uma hora você acaba se perguntando: pra que essa função que é quase um ghost writter , pra que esse preciosismo com o texto se quase ninguém vai perceber a sutileza do trabalho?  
É muito bom quando abre-se a luz assim de uma vez e a clareza de uma idéia vem de forma pura, de um jeito que não precisa tirar nem acrescentar nada, como uma música que o autor escreve inteira de uma só vez, parecendo que ela já veio pronta do além, e há alguns dias eu tive uma luz dessa que me deixou conformado, não preciso ser sacrificado, há solução... Uma amiga me pediu para fazer a revisão da tese de mestrado dela e eu peguei o trabalho, é de uma área que eu não conheço então tive que redobrar a atenção. Como um artesão fui polindo a tese: uma crase aqui, uma vírgula ali, um pleonasmo eliminado, uma preposição fora de lugar, na verdade coisas mínimas, mas o trabalho vai ser lido por quem é muito letrado, já imaginaram se passa uma besteirinha de erro e ao invés de o avaliador-leitor se fixar no conteúdo que estava ótimo se fixasse no errinho? Derrubaria a credibilidade certamente.  Isso me fez concluir que meu trabalho é tirar apenas o que sobra e não deixar que a atenção se volte para onde não deve.
Então assim sendo, agora quando meu editor disser que tem medo quando me vê com o lápis verde na mão, eu vou responder que ele pode ficar tranqüilo, o meu trabalho é apenas passar invisivelmente pelo texto e deixar o melhor sem que ninguém note a minha passagem, o bom revisor é aquele que ninguém sabe que existe.
E apenas uma nota final, quando estou escrevendo não estou revisando, aí eu relaxo e também posso errar.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nota 10 e nota Zero!

O cliente sempre tem razão é um bordão quase tão antigo quanto o comércio mas atualmente vivemos tempos em que o cliente além de ter razão, quer ser ouvido e atendido em suas reivindicações e há meios para isso, chegamos finalmente ao momento que “o movimento das asas de uma borboleta desencadeia um furacão”.  Tá bem, to viajando um pouco, mas o blog do Salsicha não vai se furtar a levar informações que o dono acha relevante para os internautas perdidos que ora visitam este modesto espaço.
Salsicha não abre mão de experimentar produtos novos mas tem suas preferências já estabelecidas e, em matéria de bolos prontos, o melhor é o Renata, especificamente de Queijo com goiabada, infelizmente encontrado em não muitos supermercados. O lugar que ele costuma comprar esse produto é o Supermercado São Roque da cidade de Ibiúna,  como há duas lojas vamos especificar a loja da Rua Pinduca Soares. Ora, por duas semanas seguidas o produto não foi encontrado na  loja referida então um e-mail foi enviado para o SAC do São Roque, explicando a ruptura do abastecimento do produto e, aproveitando a ocasião, comunicando que a forma como os bolos são expostos na gôndola, empilhados, amassam o produto, foi também avisado que a mesma mensagem seria enviada, como de fato foi,  para o Pastifício Selmi, fabricante da marca Renata, para que o vendedor que atende a região tomasse alguma providência no sentido de solucionar os dois problemas.  Uma semana depois da mensagem, Salsicha quase embolorou de esperar, nem o produto apareceu na gôndola e nem uma satisfação foi dada para o consumidor por parte da Selmi ou do Supermercado São Roque, um caso típico de surdez e cegueira conveniente.
Vosso amigo utiliza também um filtro de aquário da marca Litwin, produto de muita qualidade mas que no ultimo lote teve um problema de fabricação e simplesmente desfez dentro do filtro. Usando o mesmo procedimento, uma mensagem foi enviada relatando o problema através do SAC. Dois dias depois o SAC enviou a mensagem de volta pedindo desculpas pelo problema e após pegar os dados um refil novo foi enviado pelo correio. Um exemplo do cliente tem sempre razão e é ouvido e atendido.
Então, amigos, nesta semana a nota 10 vai para a Litwin  que está de olho aberto para o cliente e a nota zero vai para o Supermercado São Roque e para o Pastifício Selmi   que sem maiores explicações ficaram cegos, surdos e mudos.
Ah fica aí também o toque, quando um produto ou serviço for ruim ou mal prestado, aprenda a reclamar e divulgar, é um direito seu. E para as empresas, a regra cliente satisfeito fala para três e cliente insatisfeito fala para nove continua valendo, só que agora multiplicado infinitamente.

Politicamente correto.

Tenho observado que o movimento “vamos ser politicamente corretos” acontece faz algum tempo mas, na semana passada aconteceu um fato especifico e hoje mais um que motivaram este post.
Recebi um e-mail com a temática coisas engraçadas de pobre e como gostei, repassei, um amigo me mandou de volta comentando que não gosta do tipo de humor que esculhamba a classe social mais baixa, que luta e batalha etc etc, registre-se aqui que respeito a opinião de todos. Hoje li em um site que o comediante de stand-up  Bem Ludmer foi agredido por um espectador durante uma sessão de piadas de gordo. Aí eu começo a pensar,: -90% das piadas (to sendo econômico no percentual) tem fundo preconceituoso, quase todo o humor  é baseado em alguma forma de discriminação, seja contra loira, português, judeu, homosexual, pobre, político, etc,  sempre vai ofender uma classe, aí você chega a encruzilhada, humor ou politicamente correto? Vamos matar o humor definitivamente? Cada vez que receber uma piada eu terei de pensar se não vou ofender alguém? Há que se pensar e chegar a um meio termo senão vamos  ao extremismo rapidinho, vai ser proibido rir e eu que sou gordo, judeu e to ficando careca, vou ganhar uma graninha processando galera que me manda piadas!
Na mesma linha mas ficando um pouco mais sério, uma cantada também pode cair na mesma. Se for entre classes muito distantes então vira até golpe, como o caso Strauss Kahn e aí  não é o humor mas o feminismo que castra as relações, exemplos diferentes, mas com fundo comum, dá medo fazer uma piada, dá medo passar uma cantada e o ser humano vai ficando cada vez mais encarcerado no mundinho cerceado pelos guardiães da moral e dos bons costumes. Pense nisso.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Salsicha e o mundo dos negócios parte II

Salsicha é um cara que detesta professor que na primeira aula chega expondo o curriculum, dizendo o que já fez e o que deixou de fazer, mesmo porque os que dizem demais quase sempre fazem de menos e desapontam, então vamos tentar não incorrer no mesmo erro  e dizer apenas que há horas de vôo suficientes para tecer algumas observações e é o suficiente para começar o post.

A forma de fazer negócios evoluiu, as empresas cresceram e  nessa evolução foram surgindo como efeito colateral os  vícios corporativos, uns engraçados e outros irritantes, vamos aos que merecem nota:

Lei de Parkinson: “O trabalho expande-se de modo a preencher todo tempo disponível para sua realização”.
Parece engraçado haver uma lei para isso e soa até cult, porém trocando em miúdos é apenas a arte da enrolação ou no nome científico se preferirem, procrastinação. Normalmente quando uma pessoa começa a trabalhar em uma empresa, sempre sobra tempo, por mais atividades que tenha para fazer, 3 meses depois ela faz menos do que fazia quando não tinha experiência e não tem mais tempo para nada.

Não tenho tempo é uma desculpa esfarrapada, pessoas organizadas sempre tem tempo. É só verificar onde o tempo está indo embora. Há pessoas que  não consigo falar nunca, mas que mantém uma intensa atividade nos joguinhos do Orkut e Facebook, sendo que ambos deduram o que o cidadão tão ocupado anda fazendo (risos). Outra que acho engraçada, as pessoas que você liga e te pedem para ligar mais tarde porque estão em reunião, ora, se está em reunião por que atende o telefone? Mais uma: as pessoas que estão em eterna reunião. Sempre fico pensando, se as reuniões são para tomar decisões, quando é que essas decisões são postas em prática já que vivem em constante reunião? Mistério......

O recado é, assuma, ao menos para você mesmo, quando estiver enrolando. E chega de acidez, vamos à parte divertida.

Chamar a empresa de “Firma” ou “Companhia” pode dar até a impressão de importância ou mistério, mas sempre fico na dúvida se o cara trabalha pra máfia.

Dizer: -Ele está em horário de almoço. Automaticamente imagino o cidadão que acabou de sair do refeitório, deitado na calçada com a cabeça encostada em um paralelepípedo e com um palito na boca esperando a “sirena” da fábrica tocar chamando de volta ao trabalho. Pode ser chatice mas, já que não existe mais o horário de almoço, não seria melhor dizer: - Ele está almoçando.

Não vou tecer comentário sobre o gerundismo que está mais à base da cadeia corporativa, mas subindo para o nível gerencial, não sei quem disse isso, mas parece que o bonito mesmo é usar expressões em inglês, dá muito mais credibilidade ao discurso. Aí é um tal de feedback, follow up, break even, dead line e budget, que transformam uma simples conversa em aula de dialeto, aliás do budget eu tenho uma história engraçada, uma vez em uma reunião, o cliente em questão me disse que não poderia fazer o investimento porque não budgetara, e eu fiquei com aquela cara de: –Hein? O que ele quis dizer era apenas que não previra o investimento no orçamento anual. Nessa, um substantivo virou verbo e matéria pra muita piada.

Tem uma dupla nova também que é uma gracinha, o ASAP e o FYI, que são apenas As Soon As Possible (Tão rápido quanto possível) e For Your Information (para sua informação). E você, amigo, ainda usa “urgente” e “para seu conhecimento” na sua comunicação escrita? Tsc tsc que atrasado, cuidado, em tempos modernos seu emprego pode estar em risco.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Salsicha e o mundo dos negócios.

Semana passada Salsicha participou de uma feira de negócios e algumas idéias ficaram rondando, as famosas inquietações desse ser que tem mais dúvidas que certezas.
As feiras são um ótimo observatório do humano pelos seus personagens e situações.
As empresas organizam seus belos estandes, as mulheres capricham na maquiagem, os homens desenterram os ternos e o circo ta montado.
No estacionamento os seres humanos tão desenvolvidos voltam aos primórdios e se matam por uma vaga, carro estacionado, o passo seguinte é se estressar com o pessoal do credenciamento, o sistema cai, as pessoas ficam furiosas, e finalmente adentram o mundo colorido, as caras ficam mais simpáticas, afinal as pessoas estão lá para receber e a cortesia natural brota, esse é o momento que você olha pra trás observa a multidão que ainda não entrou brigando, chacoalha a cabeça e segue adiante, o humano é mesmo uma piada.
Os personagens mais freqüentes nas feiras são os PPP’s e não estou falando aqui das Parcerias Publico Privadas mas sim dos Poderosos, Puxa-sacos e Prostitutas.  
Em quase todo estande tem um público amostra dessas figuras, a prostituta faz a recepção e não vamos aqui generalizar mas é sabido que uma parte considerável das recepcionistas prestam outros serviços mediante a considerável remuneração, e, pra ser sincero me entristece muito essa forma de uso da mulher, estou certo de que elas podem ser muito mais que isso.  Bem, elas sorriem e encaminham o cliente para dentro do estande, aí podemos observar o restante do grupo, o Poderoso normalmente está no centro de uma roda e os Puxa –sacos são os que estão rindo de absolutamente qualquer coisa que ele fale, fácil diferenciar.
Outro personagem digno de nota é o brindeiro, pessoas que vão às feiras aparentemente única e exclusivamente para pegar brindes de qualquer tipo ou forma e aí é engraçadíssimo ver os homens de negócio, devidamente aparelhados em seus ternos,  se engalfinhando por..........: um sanduíche de mortadela??? Ou ainda................: um prato de macarrão??? E as empresas não fazem por menos, se esmeram na hora de criar o brinde, eu já vi pacote de arroz de meio quilo, garrafas de refrigerantes inteiras, coisas volumosas e pesadas dos mais variados tipos que vão se acumulando nas mãos e sacolas, como um castigo para o cidadão que não se contém de abster-se dessa prática.
Não podemos esquecer de falar um tiquinho da higiene, o banheiro é o lugar que o ser humano se revela, o masculino está quase sempre sem a menor condição de entrar, não há muita diferença entre o de um estádio e o de uma feira, poucos se dão ao trabalho de usar a descarga e são raros os que conseguem acertar 100% do vaso, sempre tem xixi no chão e aqui Salsicha faz um parentese de lembrança, ele já esteve no banheiro masculino da Daslu  em uma festa e  TINHA XIXI NO CHÃO! Como homem é porco, gente! Feito o protesto continuamos agora com um pouco de estatística, de cada dez homens que usam o banheiro, só seis lavam as mãos e aí eu começo a lembrar disso quando vejo os amendoins, já notaram que em qualquer evento do planeta sempre tem um pote de amendoim? Fazendo uma continha rápida, os amendoins são reabastecidos umas duas vezes por dia, passam umas 40 pessoas por cada mesa a cada quatro horas, 80% delas são homens, isso dá, vejamos...... deixa pra lá, nunca mais como amendoim.
Na saída das feiras, não podemos esquecer de comentar, acho que é presença obrigatória as meninas que ficam oferecendo serviços sexuais em casas especializadas do ramo e aquele cidadão com uma pilha de revistas na mão que invariavelmente te pergunta: “Já pegou seu brinde?”
Acho divertidíssimo também observar a expressão das pessoas durante o decorrer dos dias, no primeiro está todo mundo absolutamente alinhado, as maquiagens perfeitas, as mulheres heroínas em seus saltos altos, no terceiro dia as caras estão amassadas de cansaço, os ternos vão ficando amarrotados, você encontra mais pessoas sentadas que em pé e no quarto dia onde você olhe tem uma mulher mancando ou alguém bocejando.
Esse é o mundo dos negócios e quando acaba uma feira você jura que nunca mais vai a outra mas no mês seguinte está lá de novo fazendo e vendo as mesmas coisas. Ossos do ofício......

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Lonely stanger

Olá pessoas,

Há muito Salsicha não escreve, é por pura falta de tempo, perdoem-no, e o que vai hoje também não é assim um post, é apenas uma canção que Salsicha acha que traduz a sua alma ensombreada. Sintam-se homenageados com uma serenata. E só para não deixar de lado a acidez habitual já tão vossa conhecida, quem não entender Inglês, joga no google.

Lonely Stranger
Eric Clapton

I must be invisible;
No one knows me.
I have crawled down dead-end streets
On my hands and knees.

I was born with a ragin' thirst,
A hunger to be free,
But I've learned through the years.
Don't encourage me.

'Cause I'm a lonely stranger here,
Well beyond my day.
And I don't know what's goin' on,
So I'll be on my way.

When I walk, stay behind;
Don't get close to me,
'Cause it's sure to end in tears,
So just let me be.

Some will say that I'm no good;
Maybe I agree.
Take a look then walk away.
That's all right with me.


sexta-feira, 18 de março de 2011

A Salsicha e os signos

Nunca me liguei muito nessa coisa de signos e horóscopo mas recebi há alguns anos um e-mail desses engraçadinhos ressaltando as coisas negativas que cada signo tem e me identifiquei em várias coisas dos cancerianos, aí comecei a observar melhor as pessoas e o comportamento do nativo de cada signo, e não é que a coisa funciona mesmo? Tem características que são inatas do signo e a combinação de afinidades também é fato.
Agora chegou a hora de eu escrever as minhas observações sobre cada signo e receber as pedradas que eventualmente me couberem.

Áries
O ariano é um bichinho bem estranho, temperamental e instável  por vezes. É o tipo de amigo que some, e depois aparece e age naturalmente como se tivesse falado contigo ontem ainda. Tem uma energia de explosão para as atividades, começam com muito ímpeto e vão diminuindo, diminuindo até sumir em pouco tempo. É bem difícil prender um ariano. Para ficar com uma mulher de Áries você precisa ser rápido, se demorar demais no papo ela vai embora. Já mandei muito amigo de Áries sumir e não aparecer mais. Não acredito em arianos.

Touro
Ta aí um bom signo, são realizadores, confiáveis, trabalhadores, tem uma tendência natural a guardar dinheiro, é o signo da vida confortável, mas como são teimosos, meu Deus, se um taurino cisma que o azul é verde que trabalho dá para convencê-lo do contrário. É um dos signos que mais combina com câncer.

Gêmeos
Tenho muitos amigos de Gêmeos, é um signo de flashes, parecido com a características de Áries, se encantam a princípio e logo desencantam, tenho sempre que tomar cuidado para não esperar demais deles e me decepcionar. Quase todos tem um lance de querer dominar o mundo sem trabalhar muito.  São meio duas caras, as mulheres de gêmeos costumam disfarçar muito a realidade e quando você vai conhecer direito as coisas são bem diferentes da imagem inicial. É um signo de inteligência restrita e um tanto de preguiça, de buscar as coisas mais fáceis. Por incrível que pareça combinam com câncer.

Câncer
Esse é uma peste, falo com conhecimento profundo de causa (é meu signo). São chorões, chantagistas, vingativos, controladores, tem carinhas de santo mas são todos canalhas, a relação entre dois cancerianos é um duelo constante, pra ver quem chora mais. São  dados a passar a rasteira pelas costas e fazer aquela carinha de quem nem viu. Canceriano é ótimo pra ser amigo pois são generosos e protetores com aqueles que amam, mas péssimos pra ser inimigos já que não esquecem nunca de uma pisada na bola.

Leão
É o signo da imagem, reis da floresta como já pressupõe o nome, querem aparecer, ser o centro das atenções senão não entram no jogo.  Não são muito inteligentes e não se dão bem com os cancerianos que os passam facilmente pra trás.  Pra ficar com uma mulher de Leão basta elogiar.

Virgem
É o signo meticuloso, quando você preencher um relatório em 5 vias de cores diferentes pode ter certeza que foi um virginiano que criou.  São as pessoas que conseguem extrair o melhor de um canceriano pois não se contentam com meia resposta ou uma explicação superficial. São carinhosos, prestativos e tem uma tendência natural de cuidar dos outros. Por outro lado tem uma tendência também natural a dramatizar as coisas, a  ser a Madre Tereza, cuidar da vida alheia e deixar a vida própria sempre em segundo plano, o que Salsicha que não é bobo nem nada alerta: é covardia de tomar decisões.  O sexo é um dos melhores pois até nisso é um signo detalhista, atencioso.

Libra
Conheço poucas pessoas desse signo, não tenho uma opinião formada, só posso dizer que a relação Câncer e Libra é difícil, ambos tem que ceder muito para conseguir conviver, se você for de Libra, fique longe de mim.

Escorpião
Também consegue conviver muito bem com câncer que é tido como paraíso astral desse signo. São ciumentos, possessivos, inseguros, vingativos e manipuladores mas tem um jeitinho especial de fazer charme, biquinho, chantagem sentimental e conseguir o que querem. É também o signo mais quente pra sexo, gostam muito.

Sagitário
Também conheço poucas pessoas desse signo pela afinidade ser bem pouca, é um signo que gosta de imagem, de viajar, dominar a conversa e normalmente falam muita besteira.  Tem uma característica engraçada que é a de dar gafe. Normalmente começam a falar alto, gesticular e a partir daí é só esperar que como em uma chuva que primeiro vêem os raios, trovões e depois a água,  a sequência é uma bela abobrinha. Tem tendência natural para a infidelidade. (Essa ultima frase tirei do horóscopo do UOL)

Capricórnio
Esse é o burro de carga do zodíaco, um signo marcado pela persistência, sempre que aparece um candidato que é de capricórnio eu contrato sem pensar muito. Pro trabalho não há melhor. Entretanto são um pouco teimosos e não muito inteligentes. São pessoas de relacionamento estável, se você quiser um casamento pra toda vida, procure um capricorniano, são também muito honestos e rígidos quanto à ética e moral.

Aquário
É o signo do empreendedorismo, terreno delicado, mas falo também com muito conhecimento de causa, aquário é um signo com tendência pra ser corno, é um tipo que vive no mundo das idéias, dos grandes projetos, de mudar o mundo, o famoso mundo da lua e se esquecem que o cônjuge  existe e aí parceiro, é chifre na certa, o bom é que eles raramente percebem que estão sendo corneados, estão com a cabeça na próxima grande realização. Adoram tecnologia, quer deixar um aquariano feliz dê-lhe o ultimo iPhone, vai ficar igual criança que ganhou doce.  Por mais inconcebível que isso possa parecer, para desespero total do parceiro, é um signo que NÃO se liga muito em sexo.

Peixes
Dizem os horóscopos que Peixes combina com Câncer, não sei onde porque é um signozinho bem do irritante. Assim como Áries costumam sumir de vez em quando, puramente para ficar imersos em seu mundozinho de dúvidas e reaparecer com decisões tomadas, as mais incompreensíveis possíveis diga-se de passagem. E indecisão é um negócio que me irrita. Uma vez rolou um clima com uma garota de peixes que estudava comigo, isso foi no início do ano e nada se desenvolveu. Um ano depois ela se aproximou de mim novamente decidida no: -Vamos namorar....-  eu disse pra ela: -Meu amor, o clima foi há um ano, nesse período o mundo mudou e a fila já andou umas cinco vezes, agora to em outra.... sorry. Detesto a indecisão dos piscianos, se você não tem tempo e paciência pra lidar com eles, desista. Se você for pisciana, antes de se aproximar de mim tenha certeza do que quer porque se eu perceber que você está indecisa vou querer te matar.

Bem, depois dessa metralhadora giratória a lei me obriga a por um: “As opiniões aqui registradas são exclusivas da cabeça do Salsicha e podem não expressar a realidade”.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A história de Mochinho






De vez em quando a natureza nos dá alguma missão para cumprir. No final do ano passado ano ela nos enviou Mochinho. Minha mãe estava regando a horta quando ele veio tentar beber água na torneira, ela percebeu que ele era um filhote perdido e depois da água, que ele bebeu muito confiado, cavou na horta umas minhocas que também foram muito bem aceitas, foi o suficiente para o bichinho adotá-la como mãe, a mãe gorda como ela mesmo diz.
De vez em quando aparece algum filhote de passarinho caído do ninho, isso é bastante comum no interior, só que Mochinho era um filhote de Gavião e nos dois meses seguintes foi nosso hóspede.
Primeiro as minhocas, depois passamos a alimentá-lo com carne moída e duas vezes por dia era só sair no quintal e gritar: - Mochinho, Mochinho, que lá descia o malandro de alguma árvore para comer na mão e as vezes, quando acordávamos mais tarde e ele estava com fome, vinha bicar a janela como que dizendo: -Ei, tô com fome, ninguém vai vir me alimentar não??? Entretanto, como animal selvagem e predador que é, ele comia e de papo cheio ia embora sem dar confiança pra ninguém, só a minha mãe conseguiu ultrapassar esse limite e para ela, ele deitava no chão e se virava de bruços para ser coçado, talvez um reconhecimento de quem o salvara, os demais ele apenas tolerava.
Durante um bom tempo o bichinho foi a alegria da criançada e eu cheguei a pensar que ele iria ficar por lá mesmo pois até uma casa fixa ele já havia estabelecido debaixo do telhado do portão, o que deixava os passarinhos que estavam com filhotes novos nas arvores próximas todo agitados, porém um dia acordamos com Mochinho gritando muito, quando vimos, era um gavião adulto muito maior que ele rondando o telhado e o bichinho paradinho lá, indefeso. Com receio que nosso filhote virasse almoço, prendemos ele por algumas horas dentro do canil até que o gavião desaparecesse. Nos dias seguintes apareceu mais um e eles ficavam rondando em dupla, o nosso Mochinho que ficava gritando embaixo e nós apreensivos que fizessem algum mal para o malandro que conquistara toda a família. Isso se repetiu vários dias, os bichos tomando confiança e chegando cada vez mais perto, até que pousaram pertinho e pudemos ver que eram da mesma espécie de Mochinho, seus pais provavelmente. Primeiro nosso bichinho passou a acompanhá-los, aí só aparecia uma vez ou outra pra comer até que desapareceu de vez. Mais uns dias se passaram e ele apareceu de volta, pousou em cima do telhado e ficou olhando, chamamos várias vezes e ele não desceu, até que levantou vôo e depois de algumas voltas desapareceu de vez.
Foi um tempo curto, mas ele além das fotos e da lembrança, nos deixou alguns ensinamentos de cuidado com o equilíbrio delicado da natureza e também de não querer ter a posse, ser donos, aprisionar um bichinho selvagem só pelo prazer de ter. Obrigado, Mochinho.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A vida em duas rodas - Diários de motocicleta

Sempre quis escrever algo sobre a relação com a vida em duas rodas, chegou a hora.
Tudo começou ali pelos idos de 1993 em uma tarde que meu amigo Tegs foi me visitar com sua CBX Aero 150, uma motinho recém-lançada, muito tecnológica para uma época que existiam apenas a CG125 como popular e a CB 400 como top da sofisticação. Disse a ele que nunca havia subido em uma moto e ele sem pensar muito (como é bonito uma pessoa ser desprendida de valores materiais não?) me explicou como ligava, onde eram embreagem, acelerador e freios e lá fui eu ser picado pelo vírus das duas rodas. E é bem assim que a coisa funciona, eu já fiz a experiência na prática, quando você monta a primeira vez, ou ama ou odeia, simples assim. Alguns anos mais tarde depois de comprar uma confusão imensa adquiri a Suzy, uma Intruder 250cc que só fez viagens muito curtas das quais nem tenho registro, mas em pouco mais de 35.000 km rodados dentro da cidade mesmo  me ensinou as manhas de trânsito e também me proporcionou o primeiro (e único) tombo. Depois dessa veio a Tita, uma Twister 250cc zerada, menina nervosa, 6 marchas, arrancada brusca, inquieta demais para velocidade de cruzeiro, ainda assim foi com essa que aconteceu a primeira grande viagem, até 3 Lagoas – MS.Em 1997 a Honda começou a produzir a Shadow 600cc, uma máquina espetacular, cheia de cromados, pedaleiras avançadas, ideal para estrada, mas nessa época custava algo em torno do valor de 2 carros populares, impraticável para meu bolso então de base da cadeia alimentar corporativa, mas era um sonho. Dez anos e muita história depois, estou passando em uma loja perto de casa, vejo Maria Rita olhando languidamente para mim, pensei, tem que ser minha, dois meses e muita negociação depois eu era o proprietário de uma Shadow 600 Roxa e Preta que nos três anos que ficou em minha companhia me deu muita alegria e um bocado de dor de cabeça, porque moto é assim, e acho que isso é o que mais atrai, um veículo quase gente, cheia de pequenos detalhes, inexato, problemático, temperamental, uma mistura constante de prazer e medo, preocupação e satisfação.
Durante as viagens, como moto não dá pra ultrapassar muito os 200 km sem  dar uma paradinha para abastecer e desentortar as costas, adquiri o hábito de andar com um caderninho que uso para registrar o que acontece ou o que estou sentindo, dei a ele o nome singelo de Diários de Motocicleta, vou compartilhar alguns trechos pra tentar picar você também.

Viagem São Paulo-SP / Três Lagoas –MS escalas em Bauru e Guararapes. Agosto / 2004
Moto: Honda Twister 250cc

10/08 (...) Prometi para mim mesmo que o dia que ficasse livre da Planet (meu último emprego) faria uma viagem de moto de 1 mês sem preocupação ou destino, pois bem, consegui cumprir. Fiz muitos planos e nos últimos dias já não tinha tanta certeza assim que a viagem aconteceria mas no final das contas aqui estamos nós, eu a máquina e a Road. Estava muito frio quando saí de São Paulo, vim todo encapotado, com uma mochila enorme,  (agora já sei que é estupidez carregar as coisas em mochila, as costas ficam estouradas pelo tempo e posição). Na Marginal começou a garoar, senti medo. Todavia a estrada estava vazia e alguns quilômetros para a frente, no KM 50, por aí, o sol abriu e pude curtir a viagem.
A estrada foi legal, o ruim era o peso da mochila fazendo doer o ombro esquerdo, mesmo assim fui sem parar até o Rodoserv, um posto mais ou menos 200 km  distante de São Paulo. Andei devagar, entre 100 e 110 km/h a 7.000 giros. No posto tomei um chocolate quente e liguei pra casa, já descansado peguei a estrada novamente, agora pra chegar mais rápido subi para 120/130 km/h, 8.000 e até 9.000 giros nas descidas e a moto que não tinha bebido quase nada até então secou o tanque e poucos quilômetros antes de chegar a Bauru acabou a gasolina, passei para a reserva e andei mais devagar. Em Bauru me perdi para chegar no destino certo mas enfim cheguei. Hoje acordei tarde, tomei café correndo , abasteci a moto e estrada de novo. Desta vez a viagem foi bem divertida, peguei o vácuo de alguns caminhões e andei devagar para a moto não beber demais. Cheguei em Guararapes por volta de 13:40, sendo que parei uma vez para descansar no acostamento  e uma vez em um posto. Agora estou sentado em um banco da praça tomando sorvete de melão e escrevendo. Ainda estou com a camiseta preta que saí de São Paulo e em Bauru fiquei com a mesma roupa (risos) dois dias. (...)

13/08
Ontem realizei um grande sonho. Acordei as 9:30, coloquei as coisas na mochila rapidamente e pé na estrada, desta vez com destino a Mato Grosso do Sul. Estava ventando muito, a favor, mas mesmo assim é ruim, a moto balança muito, fui devagar, por volta de 100 km/h, cheguei em 3 Lagoas eram 13:00hs mas lá tem fuso horário de -1h, então era meio dia. A cidade a princípio me pareceu muito feia, principalmente a avenida de entrada, cheia de gente de bicicleta. Dei algumas voltas mas as costas estavam doendo muito, então escolhi um hotel na praça central e me hospedei. Por fora o hotel era bonitinho, mas quando o recepcionista me falou o preço da diária (R$ 25,00) desconfiei que havia entrado em uma fria, não deu outra, era uma espelunca, mas como o objetivo não era ficar em um super hotel  não liguei, só fiquei preocupado de deixar a moto na rua, felizmente nada aconteceu.
Almocei em um restaurante caseiro e andei a tarde toda pra tentar conhecer a cidade. Até que tem lugares bonitos, as ruas são bem largas e tem muito comércio. Comprei fotos da cidade e da barragem de Jupiá que é a divisa de SP e MS, a noite fui a um Show do Milionário e José Rico (não riam), me diverti bastante mas teria sido mais legal se estivesse acompanhado. Comi uma pizza a título de janta e fui dormir a uma da manhã, dormi muito pouco. Hoje acordei cedo, peguei minhas coisas e vim embora, parei na divisa do Estado para uma foto e estrada novamente. Hoje a estrada não foi muito legal, muito vento contra, a moto balançava e na maior parte do percurso não consegui passar de 100 km/h. Cheguei aqui quase meio dia (estou em Guararapes) almocei e dormi umas 3 hs, estava cansado e com o corpo moído, mas feliz da vida, já ultrapassei a marca dos 1.000 km esta semana. Ontem cheguei a uma conclusão interessante: “Não descobri todas as respostas mas esqueci quais eram as perguntas”

18/08
Ontem cheguei no sítio do Tio Wilson, saí de Guararapes as 14:00 hs, fiz boa viagem, apenas a estrada aqui perto, a BR 153 tá bem esburacada, mas são poucos quilômetros.

20/08
Hoje foi um dia bem bacana, acordamos cedo, cuidamos das vacas, cortamos cana e eu dirigi o trator, uma nova experiência no curriculum, depois me despedi do tio Wilson e vamos comer chão, parei em um posto em Lins e coloquei 5 lts de gasolina, a estrada estava ótima, sem vento e a motoca com vontade de andar, pensei: -Vou testar quanto essa porra anda. – enrolei o cabo mas a 11.000 giros, pouco mais de 140 km/h as faixas do chão passavam rápido, senti medo e diminui sem saber quanto é  a velocidade final da máquina, ela bebeu os 5 litros de gasolina em bem menos de 100 km e cheguei em Bauru com a reserva. (...) Valeu a viagem, to com a mente limpa pra começar de novo.

Viagem São Paulo – Bauru – Ibiúna – São Paulo Dezembro / 2007
Moto: Honda Shadow 600cc

19/12
(...)Esta viagem estava planejada antes mesmo de comprar a moto, que por sinal estou há apenas 3 semanas. Maria Rita, uma Shadow Roxa, ela passou por uma troca de óleo e mini revisão há alguns dias porém está um tanto barulhenta e dando uns pipocos no carburador desde a última lavagem, sábado passado.  Vamos ver como se comporta na estrada, ainda faltam dois dias para a viagem e estou apreensivo porque tem chovido bastante.

22/12
Saí de Sampa as 9:30, muito sol, tempo bom, parei para abastecer e zerei o marcador a 32.702,7 km, couberam 5,43 l.
Estrada boa, sem trânsito, um pouco de vento lateral no km 53, no 118 da Castello peguei o vácuo de um ônibus por 30 km, aos 192 falhou pela primeira vez, passei para a reserva andando mesmo e parei a 194 no Rodoserv, eram 12:15 hs,  abasteci 8 litros e parei para descansar um pouco.
Quando estava arrumando as coisas na Rita para sair, chegou um irmão com uma HD* amarela e preta, parou e veio conversar. Tinha uma gigante KTM Trail** estacionada, ficamos comentando. Quando eu já havia ligado a Rita, veio uma doida correndo de longe e pediu se podia tirar uma foto, eu imaginei que fosse ao lado da KTM mas não, ela queria tirar uma foto comigo, o detalhe é que estava com o marido e o boizão com aquela cara de feliz, tirando foto da mulher dele empoleirada em um motoqueiro. Ela quis puxar papo mas sabiamente tratei de debandar, o cidadão tava fazendo cara feia demais. Nem KTM nem HD, Rita roubou a cena. Acertei em cheio no nome, é uma clássica que impressiona e não mostra a idade.
 Saindo do Rodoserv, a criança resolveu andar, o ponteiro ficou por alguns quilômetros em 120 / 140 km/h, uma fofa com um FIT ficou brava pra me passar, deixei, mas logo mais pra frente, na serra de Botucatu mostrei pra ela que 600cc são 600cc e não dá pra brincar, claro que passou a serra, a estrada abriu e aí não dá pra competir com carro, mas foi um belo pega.
No primeiro pedágio da Rondon topei com duas HD’s, os caras todo paramentados, lenço por baixo do capacete e tals, mas tão pouco íntimos da estrada que não sabiam que na Rondon moto também tem que parar no pedágio. Logo sumiram, não quis forçar para andar junto porque  a pouco mais de 110 abre o segundo carburador e ela se transforma em uma máquina de beber.
Cheguei em Bauru umas 14 e pouco, me perdi é claro, mas cheguei.
A noite fui à um casamento de penetra hahahaha, conheci uma galerinha de adolescentes e demos muitas risadas.

24/12
Acordei as 8:00 e resolvi dar um trato na Rita, abri as tampas laterais, arrumei as coisas, liguei, limpei, tudo está funcionando bem, até a ventoinha do radiador que nunca imaginei que existisse está ligando na hora. Lavei o capacete e as partes da jaqueta que  pegaram bichinhos na estrada. Tudo na mais perfeita ordem. Estou muito calmo hoje.

27/12
Acordei as 9:00, tomei café, arrumei as coisas na Rita e saí de Bauru as 10:30, abasteci 7 litros em um posto vagabundo, o odometro marcava 33.043,7 e o parcial da viagem 340,8.
Muito vento contra na Rondon, quando entrei na Castello mudou a direção do vento e a Rita resolveu andar, vim tocando a 120 km/h até o Rodoserv. Abasteci 6,5 l, o odometro está em 33.182 com parcial de 479,7, são 12:40.
Segui pela Castello, bastante transito depois de Sorocaba, entrei na saída 54 para a Raposo e quando cheguei a Vargem Grande acabou o combustível. Passei para a reserva e acabei de chegar em Ibiúna muito cansado, exagerei, deveria ter parado já na Raposo. Passei a tarde na rede desenferrujando.

05/01
O tempo amanheceu feio, choveu a noite. Mesmo assim resolvi pegar a estrada. Surfei na lama da rua do sítio e quase levo um chão, mas logo a frente o sol abriu. Parei para abastecer em Ibiúna, o odometro marcava 33.391,6 parcial de 688,8, couberam 5,6 litros.
Peguei a Estrada do Vinho até a Raposo, um pequeno pedaço da Raposo e o trevo para a Castello. Quando entrei na Castello ela resolveu andar e mantive em torno dos 120 km/h, cheguei bem em São Paulo sem chuva. O final da viagem: 786,1 km de alegria, agora de volta à selva de pedra e vamos aguardar a próxima. Maria Rita deu um show de classe estilo e potência. Estou muito feliz com a máquina.

Viagem São Paulo – Bauru – Ibiúna – São Paulo Fevereiro / 2008 - Carnaval
Moto: Honda Shadow 600cc

01/02
Esta viagem não marca nada especial, tudo está mais ou menos mas estou com um pressentimento ruim, que se agravou quando minha irmã me ligou para me recomendar cuidado. Por conta de um bocado de chuva, Maria Rita está já há uma semana sem ligar, espero que não tenha arriado a bateria, ta limpinha, pronta pra desfilar, quem sabe amanhã encontramos alguém interessante na Road, ou então os braços gelados da morte venham me pegar para o beijo final. Estamos aí, cumprindo o tortuoso caminho do destino.

02/02
Sai de Sampa as 9:30, parei no posto, abasteci 8,9 litros e Maria Rita não quis ligar mais, tive que dar um tranco.
Estrada boa, sol e vento moderado, sem trânsito, fui parado pela polícia no segundo pedágio, só verificaram documentos e Maria Rita pra variar não quis ligar na saída novamente, ô bichinha temperamental. Acabou o combustível aos 184 km, graças a Deus em uma descida, passei à reserva e cheguei no Rodoserv, abasteci 8,3 L e consegui fazê-la ligar segurando um pouco mais a partida.
Cheguei em Bauru as 14:30, peguei uma chuvinha em Lins mas estrada boa no restante. Encostei a máquina e na hora de religar verifiquei que o lance de segurar mais um pouco a partida funciona. A parcial deu 338 Km.

05/02
Acordei cedinho, tomei café, arrumei as coisas, dei um tranco em Maria Rita que não quis ligar de jeito nenhum e fui pra estrada, parei em um posto na saída de Bauru, completei 7,93 L. Na Rondon fiz umas gracinhas com um Tracker para que ele aprendesse a esperar eu dar passagem, não sei se não fui multado, isso foi pertinho de um posto rodoviário.
Na Hippolito Martins percebi uma Falcon me acompanhando, quando parei no Rodoserv, já na Castello, o cara veio conversar. Um velhão que perdeu os pais há pouco, ficou meio perdido, comprou a moto (é quase sempre assim rs)  e está descobrindo se é isso mesmo que gosta. Cabrera o nome dele, é advogado. Pediu umas dicas, já aprendeu o lance da mochila amarrada, mas estava andando com bota de cano baixo, contei que as lesões em acidente são em sua maioria no tornozelo pois ficam na altura do pára-choque dos carros, daí as botas de cano alto com proteção. Trocamos cartão para combinar futuras aventuras  e  viemos tocando junto até o KM 54 da Castello. Parei para abastecer em São Roque e Maria Rita não quis ligar de novo, mais um tranco e cheguei no sítio.  Almocei e tirei uma bela soneca na rede.

06/02
Acordei as 9:00, dei uma enrolada e já estava na hora de ir embora, voltei pela Raposo e já deixei a Rita no mecânico para ver o que acontece, espero que a paulada não seja muito grande.
Enfim, foi uma boa viagem, Maria Rita com pequenos problemas, mas nada que chegasse a impedir. Revi as pessoas que gosto, fiz um novo amigo, nenhum incidente na estrada, agora que venha 2008 e as próximas aventuras pois a vida é curta e um dia, mais dia menos dia, acaba o nosso dia a dia.

Viagem São Paulo – Bauru – Ibiúna – São Paulo Maio / 2008 – Feriado Corpus Cristi
Moto: Honda Shadow 600cc

22/05
Saí de Sampa as 8:45, a moto já estava abastecida, o odometro marcava 36.837, estrada livre, mantendo 110 / 120 km/h, cheguei no Rodoserv as 11:45, o tanque principal acabou a 175 km, couberam 9,18 litros e o odometro principal marcava 37.038 com parcial de 204,8.  A policia me parou no km 180, foi bom porque minhas costas já estavam pedindo para parar, cheguei em Bauru as 12:30, odometro a 37.180 com parcial de 346,9.

24/05
Acordei as 8:00, tomei café e saí as 9:00, parei no posto e coloquei 6,96 litros de gasolina. Parei no rodoserv as 11:00, o parcial marcava 488,4 e o central 37.322, abasteci 6,46 litros, viagem boa, até aqui vim mantendo 110/120 km/h.
Saindo do Rodoserv encontrei um grupo, 2 Dragster e uma Boulevard, saíram bem na frente mas os encontrei na estrada, estavam andando devagar. Cheguei em Ibiúna as 13:00, a parcial deu 665 kms.

25/05
Hora de voltar, saí de Ibiúna as 14:00, parei pra abastecer e peguei a estrada já bem cheia. Cheguei a São Paulo as 15:00.
Coisas a registrar da viagem: Mulheres x motos grandes, encontrei na ida um casal, cada um com sua GSX 750 e na volta um casal também, ele com uma Shadow 600 e ela pilotando uma gigante XT 660.

Viagem São Paulo – Bauru Julho / 2008
Moto: Honda Shadow 600cc

18/07
Saí de São Paulo as 9:00, tempo bom, o odometro marcava 38.535, parei no posto, coloquei 8,3 litros e pé na estrada.
Estava ventando bastante e eu mantive próximo a 120 km/h, a moto bebeu um pouco além do costume e parou com incríveis 166 km rodados, quase não dá pra chegar no posto, parei no Rodoserv as 11:15, abasteci 9 Litros. Ao sair do posto dei uma bobeira típica de cidade, me meti entre dois caminhões e tomei uma fechada, quase dá besteira, preciso verificar os freios, quase nunca uso e deixaram a desejar neste episodio.
Cheguei em Bauru as 14:00 hs, o odometro central  marcando 38.876 km. Diminui a aceleração da moto na saída de São Paulo, está com bateria nova e o mecânico deixou acelerada demais, não estava reduzindo quando tirava a mão do acelerador. Aparentemente a máquina parece bem.

20/07
Saí de Bauru as 9:00, parei no posto da cidade e coloquei 6,6 litros. Estrada boa, sol nas costas e pouco vento, estava no espírito de passeio entretanto e vim mantendo a 110/h. Parei as 10:45, marcava apenas 135 km no parcial e couberam 7,83 litros, a gasolina de Bauru provavelmente estava batizada. Peguei a estrada novamente, vim tranquilinho, mantendo perto de 110/h. O combustível acabou em Barueri com 168 kms rodados, passei à reserva e cheguei em casa as 13:20.
Uma bela viagem, talvez a última longa de Maria Rita que se comportou como um doce, pilotagem muito suave e sem problemas.

São muitos bons momentos, entretanto como disse antes de começar,  a relação é de amor e ódio a cada instante, contrapondo aos momentos de liberdade e descontração, estão os de medo e preocupação. Maria Rita mesmo é um belo exemplo, dois anos, duas relações, duas baterias, uma embreagem, uma bengala dianteira estourada e muita manutenção depois, nunca me deixou a pé, mas houve viagens que cheguei com meio motor, sem partida ou com a corrente batendo e, um dia, após fazer uma revisão de tirar motor, trocar velas e sincronizar carburadores, em uma viagenzinha pequena até Atibaia, quando olho pra baixo um escorridão de óleo da alavanca da embreagem, decretei: é o fim pra nós Maria Rita, e, como cantou seu Jorge, eu fiquei a pé..... 

* HD = Harley Davidson
** KTM = Fabricante de motos Trail de Rally, normalmente com 990cc