sábado, 21 de outubro de 2017

O que te diverte?

Entre os desvios de caráter do tio Salsicha está ouvir quase que fielmente o programa Pânico que vai ao ar pela rádio Jovem Pan de segunda à sexta do meio dia às 14:00hs, o apresentador Emílio Zurita, um antissocial com o qual tio Salsicha se identifica muito na chatice e rabugice, pegou de uns tempos pra cá a mania de perguntar para o entrevistado: -O que te diverte? - uma pergunta que desmonta, invariavelmente, pois quando tentam responder: ler um livro, barzinho com amigos, e essas amenidades superficiais que as pessoas sempre respondem, ele rebate com: -Não falo dessas coisas que todo mundo faz e finge que está se divertindo, digo o que você gosta de verdade, o que te dá prazer?
E aí amiguinho, eu transfiro a pergunta pra você: -o que de verdade te diverte? Difícil né? a gente tem sempre algumas pistas, mas descer no cerne dessa questão é complicado, você acaba tendo que avaliar o dia a dia e descobre que faz muito mais coisas por obrigação, do que por prazer, e até mesmo muita coisa que parece divertido não é lá tão divertido assim, mas a gente finge que é e segue o baile.
Outra na mesma linha, há não muito tempo, uma professora da pós nos disse em uma aula que de toda a nossa vida se procurássemos bem íamos encontrar 3 ou 4 coisas pilares de nossas vidas, sem as quais não daria pra viver, ou seria muito custoso, no meio de um milhão de coisas supérfluas que vamos enfiando na vida pra nos ocupar e tornar o fardo mais leve. Essa tio Salsicha conta que encontrou três: Amor, Liberdade e Café, não necessariamente nessa mesma ordem, até porque amor e liberdade são bem difíceis de conciliar. E pra você, o que é essencial? Quais são seus pilares?

Pense, pense pense, não são as respostas que movem o mundo, mas sim as perguntas.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

São Paulo, Salsicha loves you!

A Paulista fechada para o lazer no domingo é realmente uma festa da pluralidade cultural, tem jazz, rock, forró e até música clássica,  tem o pessoal da zumba agitando a galera. Os esquerdinhas vão protestar contra qualquer coisa, os trombadinhas vão para roubar os iPhones deles e a policia vai, para se tiver oportunidade, descer o sarrafo em alguém. As meninas colocam sua menor roupa fitness e vão desfilar. Quem tem cachorro da moda vai pra exibir, quem tem vira lata vai mostrar que é alternativo. Os evangélicos vão pregar o arrependimento, os ripongas vão fumar maconha porque a Paulista é linda. Tem dogão, churrasquinho de gato, lanche natural e até yakissoba coreano de carne de cachorro. E no meio dessa bagunça toda, Salsicha vai pra pedalar e contar pro ceis  que não há como não amar essa cidade!

Não vai ter golpe

Hoje faz um ano do #nãovaitergolpe e aí surge automaticamente a pergunta: -O país está melhor? Em alguns aspectos sim, em muitos outros não. O mercado está mais animado, o emprego começa timidamente a se recuperar. Por outro lado, abundam as obras públicas superfaturadas e inacabadas, o povo continua sofrendo e morrendo nas filas dos hospitais, sendo enganado e roubado por políticos (e agora juristas) que não nos representam. A classe média não existe mais. Ainda não temos um presidente de fato. Mas é o sistema parceiro, e como diz o Capitão Nascimento, o sistema é foda. O representante máximo da nação continua nos fazendo passar vergonha na comunidade internacional, mas suas abobrinhas recheadas de mesóclises são declinadas com muito menos graça que os espirituosos discursos de nossa Ex-Standupper-Presidenta, e ao brasileiro resta o mesmo de sempre, esperança, cada vez mais apática e com menos fé. Se você leu até aqui, desculpe o desalento do Salsicha, mas é que é difícil fazer gracinha o tempo todo, principalmente quando se vive num país cujo futuro parece  igual ao horizonte deste dia, cinzento.

sábado, 19 de agosto de 2017

Mais pérolas da Publicidade

E os nossos coleguinhas da publicidade continuam perdidos...
É fato que hoje temos uma carga de informação tão grande que fica dificil produzir uma campanha realmente boa, mas também não precisa ser tão sem noção né? Duas campanhas recentes da Mondelez, gigante do ramo alimentício que detém a marca Lacta, são realmente de fazer pensar em quem aprovou uma escorregada dessas, vamos às peças que melhor que falar é ilustar:



Quando você morde o Five Star acha que pode qualquer coisa, mas não pode... Ou seja, coma e morra... Esse eu fiquei um tempão pensando:  que porra o publicitário queria dizer com isso? (desculpem o palavrão, tem hora que o tio Salsicha não encontra palavras melhores para se expressar na língua portuguesa)

A outra campanha, um pouco mais antiga mas não menos sem noção:




O amigo doa um rim para o outro, mas o recebedor não divide nem o chocolate com o amigo, Bis Xtra, o chocolate do amigo traíra? Ou talvez, o chocolate do egoísta?

Parabéns pessoal, vocês mandam muito bem, o consumidor vai comprar pensando que o chocolate tem alucinógeno.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Pra que meteoro?

Vou aproveitar a carona do dia internacional da mulher, que foi ontem, para escrever uma observação de Salsicha que vem me inquietando há algum tempo. Choveram postagens nas redes sociais parabenizando a mulher, dizendo o quanto são sensíveis, delicadas, sensacionais, etc, etc, porém nos grupos privados só de meninos, no Whats App, e também em dois grupos politicamente incorretos que sigo no Face, o movimento foi oposto, o que aconteceu foi uma enxurrada de postagens machistas, vou citar apenas uma para o leitor ter noção exata do que estou falando: “Feliz dia daquela coisa chata que nasce em volta da buceta”, e a coisa foi desse nível pra pior, mas o interessante é observar o clima que reinava, a nítida impressão que tive é que estava ocorrendo uma vingança masculina pela opressão de ter que parabenizar a mulher. Daí, pegando um gancho, a ideia sobre a qual gostaria de discorrer, é que o politicamente correto vem nos massacrando, massacrando, moldando não a personalidade, mas o que podemos falar em público, não dá mais pra fazer piada com quase nada, muito facilmente as coisas são mal interpretadas e a pessoa pode sofrer um massacre virtual apenas por uma postagem mal entendida, só que a gente não exprime o que pensa, mas o pensamento é livre e está lá, essa pressão gigantesca redundou em dois aspectos extremamente negativos, o primeiro é a hipocrisia, aprendemos a filtrar o que expressamos por medo, mas continuamos pensando igual, e o segundo aspecto, muito mais assustador, é a agressividade, ao invés de nos tornar mais brandos, a pressão social apenas represa a agressividade e na menor possibilidade de extravasar sem punição, a coisa acontece com uma intensidade assustadora, é uma explosão de violência, basta um começar, ou então estarmos em uma situação que permite um certo conforto em botar a agressividade pra fora que ela sai descontrolada e toma proporções perigosas, o preconceito e a violência não nos deixaram, apenas ficaram enjaulados em uma casquinha muito fina que urge se libertar e explodir na cara do primeiro incauto que cruzar nosso caminho. Alguns amigos, quando em situações absurdas, costumam dizer: “vem meteoro, vem” já ouvi e vi muito essa frase, mas Salsicha adverte à esses inocentes: quem precisa de um meteoro, quando temos à nós mesmos?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Meus heróis morreram de overdose

Há alguns dias Tio Salsicha foi ao show do Guns n' Roses, e ficou um sentimento tão triste que a pena, que andava quieta há bastante tempo, resolveu funcionar.
O ingresso era abusivo, mas ganhei, então lá vamos nós, chegamos 4 horas antes de começar, mas imbuídos daquele sentimento saudoso com a banda, foi tranquilo de esperar. Aí começa com a banda de abertura (Plebe Rude), meia hora tocando e a galera só conhecia a ultima música, até aí tudo bem, era só a abertura. Começa o clipe de abertura do show, que é muito bom, então entram os músicos e finalmente o vocalista, a galera vai ao delírio, mas na primeira meia hora eles não tocam nenhum hit, só as músicas que não fizeram sucesso, aí as mãozinhas param de mexer fica aquela coisa meio desconfortável, parece que suas memórias não correspondem muito ao que se esperava, o som tá ruim, dando uma impressão que economizaram no equipamento já que a acústica do estádio é boa, aí tocam um hit e a coisa começa a embalar, entretanto dá pra perceber que lá no palco há um clima tenso entre Slash e Axl, duas horas e pouco de show, uma sessão de covers sem o vocalista, mais um pouco de Guns, fim, todos felizes.
No caminho pra casa começo a pensar, as grandes bandas que se separam no decorrer do caminho e só voltam depois de muito tempo são muito tristes, fica aquele clima tenso, dá a nítida impressão que foi só pra arrecadar mesmo, nada foi feito para os fãs, economiza-se no que dá, ingresso caríssimo e um show meia boca, no caso desse até a sessão de covers que parece ser feito de improviso, quando você procura vídeos da tour tá lá, a mesma coisa foi feita em todos os shows, Salsicha desapontado, era melhor continuar ouvindo os cds e tendo boas lembranças com a banda enterradinha com todas as honras merecidas pelo sucesso que fez.
Por outro lado, mesmo quando a banda não acaba, é difícil manter-se produzindo hits, então os sucessos de 20 anos atrás  são o que seguram um show, e deve ser bem trágico para um músico tocar a mesma coisa todas as noites durante anos, aí ficam aqueles velhinhos gagás no palco sendo radicais, mesmo que os shows tenham que ser mais curtos e com mais intervalos já que segurar o xixi com o tempo fica difícil.
Algo que me faz concluir que música é como o amor, tem seu início, meio e fim, e quando insistimos em continuar depois que o ciclo já acabou, vira só desrepeito ou piada de mal gosto.

terça-feira, 22 de março de 2016

Considerações sobre a Páscoa

Chega Março e com ele as preocupações sobre a Páscoa, principalmente em um ano de crise quando os ovos chegam a custar meio salário mínimo (sim, é verdade, Tio Salsicha não está exagerando) e as piadas proliferam nas redes sociais, é financiamento pela Caixa, programa Meu Ovo Minha Vida, e por aí vai.
Brincadeiras à parte, é fato que muitas pessoas não sabem qual é o verdadeiro significado da Páscoa e a maioria quando perguntada diz que é a ressurreição de Cristo. Bem, vamos aproveitar o tempo disponível para uma breve esclarecida.
A Páscoa ou Pessach é um feriado Judeu, que marca a saída dos Judeus do Egito. A última das 10 pragas foi a morte dos primogênitos, quando Moisés instruiu o povo a fazer o sacrifício de um cordeiro por família e a passarem o sangue no umbral das portas pois o anjo da morte passaria sobre todas as casas levando de cada casa o seu primogênito.  Pessach então nada mais é que uma referência à passagem do anjo da morte, e até hoje os primogênitos das famílias Judias jejuam no dia anterior ao Pessach em memória de que um dia foram poupados. Onde entra Jesus nessa história? Calma lá que a gente já chega nesse personagem. A tradição Judia, celebra a páscoa com uma ceia (entre outros cerimoniais que duram uma semana), quando se come pão sem fermento, ou ázmo, como é denominado, e ervas amargas. Jesus, como Judeu que era, também seguia esta tradição e a Bíblia relata que deu instruções para a ceia da Páscoa e a comeu com seus discípulos, fato eternizado no quadro A Última Ceia, de Leonardo da Vinci. Segundo a Bíblia nessa ocasião Jesus anunciou que seria traído por um dos seus discípulos  e durante a ceia partiu o pão e o comeu dizendo que representava seu corpo que seria sacrificado, e bebeu o vinho que simbolizaria o seu sangue que seria derramado pela humanidade, dando origem à uma nova celebração denominada Santa Ceia,  que é mantida até os dias atuais pela igreja católica e a maiorias das Cristãs de comer o pão e beber o vinho simbolizando a morte de Cristo. Logo depois da Páscoa Jesus foi preso e em seguida morto.
Aí você me pergunta, e os ovos de chocolate, o bacalhau e afins? Meu amigo, você vive em uma economia capitalista onde nessa data os itens citados triplicam de preço e ainda pergunta quem inventou isso?
Bom, fica aí a dica, você pode continuar as tradições dos ovos que agora estão sendo vendidos em 6x sem juros nas Americanas, ou então deixar de lado a tradição capitalista um pouco e tirar um tempo para refletir, agora que titio Salsicha esclareceu, sobre o real significado, que no fundo, para os Cristãos não Judeus, não faz nem muito sentido.