segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Meus heróis morreram de overdose

Há alguns dias Tio Salsicha foi ao show do Guns n' Roses, e ficou um sentimento tão triste que a pena, que andava quieta há bastante tempo, resolveu funcionar.
O ingresso era abusivo, mas ganhei, então lá vamos nós, chegamos 4 horas antes de começar, mas imbuídos daquele sentimento saudoso com a banda, foi tranquilo de esperar. Aí começa com a banda de abertura (Plebe Rude), meia hora tocando e a galera só conhecia a ultima música, até aí tudo bem, era só a abertura. Começa o clipe de abertura do show, que é muito bom, então entram os músicos e finalmente o vocalista, a galera vai ao delírio, mas na primeira meia hora eles não tocam nenhum hit, só as músicas que não fizeram sucesso, aí as mãozinhas param de mexer fica aquela coisa meio desconfortável, parece que suas memórias não correspondem muito ao que se esperava, o som tá ruim, dando uma impressão que economizaram no equipamento já que a acústica do estádio é boa, aí tocam um hit e a coisa começa a embalar, entretanto dá pra perceber que lá no palco há um clima tenso entre Slash e Axl, duas horas e pouco de show, uma sessão de covers sem o vocalista, mais um pouco de Guns, fim, todos felizes.
No caminho pra casa começo a pensar, as grandes bandas que se separam no decorrer do caminho e só voltam depois de muito tempo são muito tristes, fica aquele clima tenso, dá a nítida impressão que foi só pra arrecadar mesmo, nada foi feito para os fãs, economiza-se no que dá, ingresso caríssimo e um show meia boca, no caso desse até a sessão de covers que parece ser feito de improviso, quando você procura vídeos da tour tá lá, a mesma coisa foi feita em todos os shows, Salsicha desapontado, era melhor continuar ouvindo os cds e tendo boas lembranças com a banda enterradinha com todas as honras merecidas pelo sucesso que fez.
Por outro lado, mesmo quando a banda não acaba, é difícil manter-se produzindo hits, então os sucessos de 20 anos atrás  são o que seguram um show, e deve ser bem trágico para um músico tocar a mesma coisa todas as noites durante anos, aí ficam aqueles velhinhos gagás no palco sendo radicais, mesmo que os shows tenham que ser mais curtos e com mais intervalos já que segurar o xixi com o tempo fica difícil.
Algo que me faz concluir que música é como o amor, tem seu início, meio e fim, e quando insistimos em continuar depois que o ciclo já acabou, vira só desrepeito ou piada de mal gosto.

terça-feira, 22 de março de 2016

Considerações sobre a Páscoa

Chega Março e com ele as preocupações sobre a Páscoa, principalmente em um ano de crise quando os ovos chegam a custar meio salário mínimo (sim, é verdade, Tio Salsicha não está exagerando) e as piadas proliferam nas redes sociais, é financiamento pela Caixa, programa Meu Ovo Minha Vida, e por aí vai.
Brincadeiras à parte, é fato que muitas pessoas não sabem qual é o verdadeiro significado da Páscoa e a maioria quando perguntada diz que é a ressurreição de Cristo. Bem, vamos aproveitar o tempo disponível para uma breve esclarecida.
A Páscoa ou Pessach é um feriado Judeu, que marca a saída dos Judeus do Egito. A última das 10 pragas foi a morte dos primogênitos, quando Moisés instruiu o povo a fazer o sacrifício de um cordeiro por família e a passarem o sangue no umbral das portas pois o anjo da morte passaria sobre todas as casas levando de cada casa o seu primogênito.  Pessach então nada mais é que uma referência à passagem do anjo da morte, e até hoje os primogênitos das famílias Judias jejuam no dia anterior ao Pessach em memória de que um dia foram poupados. Onde entra Jesus nessa história? Calma lá que a gente já chega nesse personagem. A tradição Judia, celebra a páscoa com uma ceia (entre outros cerimoniais que duram uma semana), quando se come pão sem fermento, ou ázmo, como é denominado, e ervas amargas. Jesus, como Judeu que era, também seguia esta tradição e a Bíblia relata que deu instruções para a ceia da Páscoa e a comeu com seus discípulos, fato eternizado no quadro A Última Ceia, de Leonardo da Vinci. Segundo a Bíblia nessa ocasião Jesus anunciou que seria traído por um dos seus discípulos  e durante a ceia partiu o pão e o comeu dizendo que representava seu corpo que seria sacrificado, e bebeu o vinho que simbolizaria o seu sangue que seria derramado pela humanidade, dando origem à uma nova celebração denominada Santa Ceia,  que é mantida até os dias atuais pela igreja católica e a maiorias das Cristãs de comer o pão e beber o vinho simbolizando a morte de Cristo. Logo depois da Páscoa Jesus foi preso e em seguida morto.
Aí você me pergunta, e os ovos de chocolate, o bacalhau e afins? Meu amigo, você vive em uma economia capitalista onde nessa data os itens citados triplicam de preço e ainda pergunta quem inventou isso?
Bom, fica aí a dica, você pode continuar as tradições dos ovos que agora estão sendo vendidos em 6x sem juros nas Americanas, ou então deixar de lado a tradição capitalista um pouco e tirar um tempo para refletir, agora que titio Salsicha esclareceu, sobre o real significado, que no fundo, para os Cristãos não Judeus, não faz nem muito sentido.