sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Você não é especial.

Durante toda minha não tão longa vida sempre pude observar um folgado na turma, aquele que todos já conhecem pelo jeito dono do mundo de ser, que faz o que quer e não respeita o direito alheio, mas ultimamente, isso parece ter se tornado uma praga, agora conheço um monte de gente que pensa ser o centro do mundo o pior, acha que a vida lhe deve algo. As vezes me questiono sobre a razão disso, de onde vem esse pensamento e um professor estadunidense fez um discurso recentemente ( vou colocar um link no final do post para a matéria completa) que começa a acender uma luz no fim do túnel, segundo palavras dele, os pais ocupados mimam seus filhos, dizendo que eles são especiais o tempo todo e esquecem de dizer que são especiais sim, mas para os pais, não para o mundo todo.
Li há alguns anos também um livro de marketing que dizia que estávamos em plena era das pequenas indulgências, o eu mereço por algo que fiz, acho que essa era se desenvolveu, porque a frase que mais ouço atualmente é “Eu mereço.” Agora não são mais pequenas concessões, a idéia aberta é que a vida deve algo mesmo, e não se limita mais à classe abastada, já chegou na classe média e deixa essa cabecinha de Salsicha preocupada. Então lá vai um discursinho como se fosse individual, se encaixar em você, use:
Você não é especial, você não fez absolutamente nada para ser especial, a vida não lhe deve nada, se você passou alguma agura no passado, não haverá compensação, as coisas não funcionam assim, só há um Eike Batista, um Silvio Santos a cada bilhão de pessoas, não se revolte porque as coisas não caem do céu para você, elas não caem para ninguém, rale, estude, trabalhe, e nem assim há garantia de sucesso. Não faz sentido? A vida também não faz.


A era do pleno emprego.

Domingo passado tive que ir ao shopping comprar um colchão que o meu já pedia água,  entrei na primeira loja, uma vendedora me atendeu, fez a cotação, fui em outras lojas para pesquisar, mas a primeira era realmente a mais interessante, quando voltei, a vendedora havia sumido, esperei um pouco e resolvi tomar um café, no café, uma frankia bastante famosa, diga-se de passagem, a atendente visivelmente irritada por estar trabalhando em pleno domingo, me atendeu com aquela cara e humor de quem chupa limão em jejum, voltando à loja de colchões nada da vendedora, resolvi então apelar para outro e enquanto o segundo tirava o pedido a mocinha chegou, assumiu a venda e me disse: -Fui dar uma volta, espairecer, não AGUENTO ficar aqui. Sim meus caros leitores, a pessoa diz para o cliente que está comprando em sua loja que não suporta o lugar em que trabalha.
São apenas dois exemplos de uma coisa que tenho conversado um bocado com os amigos, vivemos a era do pleno emprego, há mais trabalho que mão de obra, principalmente a qualificada e as pessoas se dão ao luxo de escolher e trocar de emprego a qualquer momento, para desespero dos proprietários de empresa, e no momento que o serviço passa a ser exigido pelo consumidor  muito mais que o produto, ele simplesmente não existe. Empregadas domésticas e pedreiros são disputados a tapa, aonde você vai recebe um mal atendimento e se reclamar é o gerente que tem que sorrir amarelo e se desculpar, com você e com o funcionário para que este não vá embora. Como diria o Tas, essa é a era de aquários amigo!

Ode ao macho moderno.

Essa vai deixar um monte de amigos desconfortáveis, mas fazer o que? Salsicha é assim mesmo, não entende bota a dúvida na roda, alguns vão reclamar, sempre...
No processo evolutivo, algumas lacunas foram deixadas mas a necessidade de botar para fora a agressividade continua lá, escondida em algum canto, aí os homens, e aqui estou falando de homem mesmo, o ser humano do sexo masculino,  se agrupam como na pré-história e fazem as coisas mais ridículas.
O circo moderno parece ser o esporte e  há muitos exemplos que o velho Salsicha pode citar.
Alpinismo, tenho alguns amigos alpinistas e já li até um livro sobre o assunto, a conquista do Everest por um brasileiro, acho muito curiosa a conversa desse clã, “-Atacamos a montanha as 5:30 da madrugada” Como assim? A montanha tá lá quietinha, não fez nada pra ninguém, pra que atacar a coitada? Aí é um tal de faltar ar, lesão no cérebro, congela mão, congela pé, tem que amputar, morte em avalanche, tudo isso pra chegar a um lugar onde um monte de gente já foi e de helicóptero é muito mais fácil, só pra chegar no alto bater no peito, soltar o hormônio e descer tudo de novo.
Apnéia, a descida na água sem respirar, atualmente o recorde está em mais de 18 minutos, eu vi uma competição dessas um dia na tv, fiquei horrorizado, as pessoas saem da água com uma cara de desespero porque tem um grampo no nariz que impede a respiração, e tome lesão no cérebro, apesar que, para praticar isso, o cara já tem que ser lesado de nascença de qualquer modo rsrs.
MMA, o esporte do momento, é tão a versão moderna do circo romano que a luta acontece em uma arena no centro de uma platéia como no estádio e os competidores são chamados “gladiadores modernos”, é uma espécie de carnificina organizada, dois homens tentam se matar, vale quase tudo nessa tarefa enquanto uma platéia que deseja ver o sangue de um dos oponentes grita ensandecida, tudo isso claro sobre a máscara de um esporte limpo e que ainda para cúmulo da hipocrisia prega que quem luta não briga.
E o top da reunião dos machos, o motoclube, essa é a hora que os amigos de Salsicha vão crucificá-lo mas ele não se segura. Sempre andei de moto, gosto da liberdade, da sensação de prazer, velocidade, cortar o trânsito, mas nunca consegui entender um motoclube, os caras se reúnem só pra falar de moto e beber, ora, dirigir um carro bêbado é perigoso, mas pilotar uma moto depois de beber é pra suicida, alguns mais conscientes vão aos encontros de carro, as vezes com a moto na caçamba, aí Salsicha pergunta, pra que diabos um cidadão vai de carro a um encontro de motos? Enfim... E tem os que nunca se aventuram na estrada mas compram uma moto para dar uma voltinha no domingo e encontrar os amigos que fizeram por causa da moto. O papo é sobre as viagens em condições adversas, as quebras na estrada, as dificuldades, chuvas, amigos que foram perdidos para a estrada, ao que Salsicha corta: -Amiguinhos, vocês se metem na estrada porque querem, ninguém os obriga e quando a moto quebra, é só chamar um mecânico, não é uma luta chegar de um ponto a outro e vocês não estão em guerra com ninguém, alías a cereja do bolo no motoclube é a forma de se chamar, eles se autointitulam: Guerreiros, aí Salsicha pergunta: -Desculpa mas, vocês estão lutando contra o que mesmo?
Santos hormônios batman.....