quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A vida em duas rodas - Diários de motocicleta

Sempre quis escrever algo sobre a relação com a vida em duas rodas, chegou a hora.
Tudo começou ali pelos idos de 1993 em uma tarde que meu amigo Tegs foi me visitar com sua CBX Aero 150, uma motinho recém-lançada, muito tecnológica para uma época que existiam apenas a CG125 como popular e a CB 400 como top da sofisticação. Disse a ele que nunca havia subido em uma moto e ele sem pensar muito (como é bonito uma pessoa ser desprendida de valores materiais não?) me explicou como ligava, onde eram embreagem, acelerador e freios e lá fui eu ser picado pelo vírus das duas rodas. E é bem assim que a coisa funciona, eu já fiz a experiência na prática, quando você monta a primeira vez, ou ama ou odeia, simples assim. Alguns anos mais tarde depois de comprar uma confusão imensa adquiri a Suzy, uma Intruder 250cc que só fez viagens muito curtas das quais nem tenho registro, mas em pouco mais de 35.000 km rodados dentro da cidade mesmo  me ensinou as manhas de trânsito e também me proporcionou o primeiro (e único) tombo. Depois dessa veio a Tita, uma Twister 250cc zerada, menina nervosa, 6 marchas, arrancada brusca, inquieta demais para velocidade de cruzeiro, ainda assim foi com essa que aconteceu a primeira grande viagem, até 3 Lagoas – MS.Em 1997 a Honda começou a produzir a Shadow 600cc, uma máquina espetacular, cheia de cromados, pedaleiras avançadas, ideal para estrada, mas nessa época custava algo em torno do valor de 2 carros populares, impraticável para meu bolso então de base da cadeia alimentar corporativa, mas era um sonho. Dez anos e muita história depois, estou passando em uma loja perto de casa, vejo Maria Rita olhando languidamente para mim, pensei, tem que ser minha, dois meses e muita negociação depois eu era o proprietário de uma Shadow 600 Roxa e Preta que nos três anos que ficou em minha companhia me deu muita alegria e um bocado de dor de cabeça, porque moto é assim, e acho que isso é o que mais atrai, um veículo quase gente, cheia de pequenos detalhes, inexato, problemático, temperamental, uma mistura constante de prazer e medo, preocupação e satisfação.
Durante as viagens, como moto não dá pra ultrapassar muito os 200 km sem  dar uma paradinha para abastecer e desentortar as costas, adquiri o hábito de andar com um caderninho que uso para registrar o que acontece ou o que estou sentindo, dei a ele o nome singelo de Diários de Motocicleta, vou compartilhar alguns trechos pra tentar picar você também.

Viagem São Paulo-SP / Três Lagoas –MS escalas em Bauru e Guararapes. Agosto / 2004
Moto: Honda Twister 250cc

10/08 (...) Prometi para mim mesmo que o dia que ficasse livre da Planet (meu último emprego) faria uma viagem de moto de 1 mês sem preocupação ou destino, pois bem, consegui cumprir. Fiz muitos planos e nos últimos dias já não tinha tanta certeza assim que a viagem aconteceria mas no final das contas aqui estamos nós, eu a máquina e a Road. Estava muito frio quando saí de São Paulo, vim todo encapotado, com uma mochila enorme,  (agora já sei que é estupidez carregar as coisas em mochila, as costas ficam estouradas pelo tempo e posição). Na Marginal começou a garoar, senti medo. Todavia a estrada estava vazia e alguns quilômetros para a frente, no KM 50, por aí, o sol abriu e pude curtir a viagem.
A estrada foi legal, o ruim era o peso da mochila fazendo doer o ombro esquerdo, mesmo assim fui sem parar até o Rodoserv, um posto mais ou menos 200 km  distante de São Paulo. Andei devagar, entre 100 e 110 km/h a 7.000 giros. No posto tomei um chocolate quente e liguei pra casa, já descansado peguei a estrada novamente, agora pra chegar mais rápido subi para 120/130 km/h, 8.000 e até 9.000 giros nas descidas e a moto que não tinha bebido quase nada até então secou o tanque e poucos quilômetros antes de chegar a Bauru acabou a gasolina, passei para a reserva e andei mais devagar. Em Bauru me perdi para chegar no destino certo mas enfim cheguei. Hoje acordei tarde, tomei café correndo , abasteci a moto e estrada de novo. Desta vez a viagem foi bem divertida, peguei o vácuo de alguns caminhões e andei devagar para a moto não beber demais. Cheguei em Guararapes por volta de 13:40, sendo que parei uma vez para descansar no acostamento  e uma vez em um posto. Agora estou sentado em um banco da praça tomando sorvete de melão e escrevendo. Ainda estou com a camiseta preta que saí de São Paulo e em Bauru fiquei com a mesma roupa (risos) dois dias. (...)

13/08
Ontem realizei um grande sonho. Acordei as 9:30, coloquei as coisas na mochila rapidamente e pé na estrada, desta vez com destino a Mato Grosso do Sul. Estava ventando muito, a favor, mas mesmo assim é ruim, a moto balança muito, fui devagar, por volta de 100 km/h, cheguei em 3 Lagoas eram 13:00hs mas lá tem fuso horário de -1h, então era meio dia. A cidade a princípio me pareceu muito feia, principalmente a avenida de entrada, cheia de gente de bicicleta. Dei algumas voltas mas as costas estavam doendo muito, então escolhi um hotel na praça central e me hospedei. Por fora o hotel era bonitinho, mas quando o recepcionista me falou o preço da diária (R$ 25,00) desconfiei que havia entrado em uma fria, não deu outra, era uma espelunca, mas como o objetivo não era ficar em um super hotel  não liguei, só fiquei preocupado de deixar a moto na rua, felizmente nada aconteceu.
Almocei em um restaurante caseiro e andei a tarde toda pra tentar conhecer a cidade. Até que tem lugares bonitos, as ruas são bem largas e tem muito comércio. Comprei fotos da cidade e da barragem de Jupiá que é a divisa de SP e MS, a noite fui a um Show do Milionário e José Rico (não riam), me diverti bastante mas teria sido mais legal se estivesse acompanhado. Comi uma pizza a título de janta e fui dormir a uma da manhã, dormi muito pouco. Hoje acordei cedo, peguei minhas coisas e vim embora, parei na divisa do Estado para uma foto e estrada novamente. Hoje a estrada não foi muito legal, muito vento contra, a moto balançava e na maior parte do percurso não consegui passar de 100 km/h. Cheguei aqui quase meio dia (estou em Guararapes) almocei e dormi umas 3 hs, estava cansado e com o corpo moído, mas feliz da vida, já ultrapassei a marca dos 1.000 km esta semana. Ontem cheguei a uma conclusão interessante: “Não descobri todas as respostas mas esqueci quais eram as perguntas”

18/08
Ontem cheguei no sítio do Tio Wilson, saí de Guararapes as 14:00 hs, fiz boa viagem, apenas a estrada aqui perto, a BR 153 tá bem esburacada, mas são poucos quilômetros.

20/08
Hoje foi um dia bem bacana, acordamos cedo, cuidamos das vacas, cortamos cana e eu dirigi o trator, uma nova experiência no curriculum, depois me despedi do tio Wilson e vamos comer chão, parei em um posto em Lins e coloquei 5 lts de gasolina, a estrada estava ótima, sem vento e a motoca com vontade de andar, pensei: -Vou testar quanto essa porra anda. – enrolei o cabo mas a 11.000 giros, pouco mais de 140 km/h as faixas do chão passavam rápido, senti medo e diminui sem saber quanto é  a velocidade final da máquina, ela bebeu os 5 litros de gasolina em bem menos de 100 km e cheguei em Bauru com a reserva. (...) Valeu a viagem, to com a mente limpa pra começar de novo.

Viagem São Paulo – Bauru – Ibiúna – São Paulo Dezembro / 2007
Moto: Honda Shadow 600cc

19/12
(...)Esta viagem estava planejada antes mesmo de comprar a moto, que por sinal estou há apenas 3 semanas. Maria Rita, uma Shadow Roxa, ela passou por uma troca de óleo e mini revisão há alguns dias porém está um tanto barulhenta e dando uns pipocos no carburador desde a última lavagem, sábado passado.  Vamos ver como se comporta na estrada, ainda faltam dois dias para a viagem e estou apreensivo porque tem chovido bastante.

22/12
Saí de Sampa as 9:30, muito sol, tempo bom, parei para abastecer e zerei o marcador a 32.702,7 km, couberam 5,43 l.
Estrada boa, sem trânsito, um pouco de vento lateral no km 53, no 118 da Castello peguei o vácuo de um ônibus por 30 km, aos 192 falhou pela primeira vez, passei para a reserva andando mesmo e parei a 194 no Rodoserv, eram 12:15 hs,  abasteci 8 litros e parei para descansar um pouco.
Quando estava arrumando as coisas na Rita para sair, chegou um irmão com uma HD* amarela e preta, parou e veio conversar. Tinha uma gigante KTM Trail** estacionada, ficamos comentando. Quando eu já havia ligado a Rita, veio uma doida correndo de longe e pediu se podia tirar uma foto, eu imaginei que fosse ao lado da KTM mas não, ela queria tirar uma foto comigo, o detalhe é que estava com o marido e o boizão com aquela cara de feliz, tirando foto da mulher dele empoleirada em um motoqueiro. Ela quis puxar papo mas sabiamente tratei de debandar, o cidadão tava fazendo cara feia demais. Nem KTM nem HD, Rita roubou a cena. Acertei em cheio no nome, é uma clássica que impressiona e não mostra a idade.
 Saindo do Rodoserv, a criança resolveu andar, o ponteiro ficou por alguns quilômetros em 120 / 140 km/h, uma fofa com um FIT ficou brava pra me passar, deixei, mas logo mais pra frente, na serra de Botucatu mostrei pra ela que 600cc são 600cc e não dá pra brincar, claro que passou a serra, a estrada abriu e aí não dá pra competir com carro, mas foi um belo pega.
No primeiro pedágio da Rondon topei com duas HD’s, os caras todo paramentados, lenço por baixo do capacete e tals, mas tão pouco íntimos da estrada que não sabiam que na Rondon moto também tem que parar no pedágio. Logo sumiram, não quis forçar para andar junto porque  a pouco mais de 110 abre o segundo carburador e ela se transforma em uma máquina de beber.
Cheguei em Bauru umas 14 e pouco, me perdi é claro, mas cheguei.
A noite fui à um casamento de penetra hahahaha, conheci uma galerinha de adolescentes e demos muitas risadas.

24/12
Acordei as 8:00 e resolvi dar um trato na Rita, abri as tampas laterais, arrumei as coisas, liguei, limpei, tudo está funcionando bem, até a ventoinha do radiador que nunca imaginei que existisse está ligando na hora. Lavei o capacete e as partes da jaqueta que  pegaram bichinhos na estrada. Tudo na mais perfeita ordem. Estou muito calmo hoje.

27/12
Acordei as 9:00, tomei café, arrumei as coisas na Rita e saí de Bauru as 10:30, abasteci 7 litros em um posto vagabundo, o odometro marcava 33.043,7 e o parcial da viagem 340,8.
Muito vento contra na Rondon, quando entrei na Castello mudou a direção do vento e a Rita resolveu andar, vim tocando a 120 km/h até o Rodoserv. Abasteci 6,5 l, o odometro está em 33.182 com parcial de 479,7, são 12:40.
Segui pela Castello, bastante transito depois de Sorocaba, entrei na saída 54 para a Raposo e quando cheguei a Vargem Grande acabou o combustível. Passei para a reserva e acabei de chegar em Ibiúna muito cansado, exagerei, deveria ter parado já na Raposo. Passei a tarde na rede desenferrujando.

05/01
O tempo amanheceu feio, choveu a noite. Mesmo assim resolvi pegar a estrada. Surfei na lama da rua do sítio e quase levo um chão, mas logo a frente o sol abriu. Parei para abastecer em Ibiúna, o odometro marcava 33.391,6 parcial de 688,8, couberam 5,6 litros.
Peguei a Estrada do Vinho até a Raposo, um pequeno pedaço da Raposo e o trevo para a Castello. Quando entrei na Castello ela resolveu andar e mantive em torno dos 120 km/h, cheguei bem em São Paulo sem chuva. O final da viagem: 786,1 km de alegria, agora de volta à selva de pedra e vamos aguardar a próxima. Maria Rita deu um show de classe estilo e potência. Estou muito feliz com a máquina.

Viagem São Paulo – Bauru – Ibiúna – São Paulo Fevereiro / 2008 - Carnaval
Moto: Honda Shadow 600cc

01/02
Esta viagem não marca nada especial, tudo está mais ou menos mas estou com um pressentimento ruim, que se agravou quando minha irmã me ligou para me recomendar cuidado. Por conta de um bocado de chuva, Maria Rita está já há uma semana sem ligar, espero que não tenha arriado a bateria, ta limpinha, pronta pra desfilar, quem sabe amanhã encontramos alguém interessante na Road, ou então os braços gelados da morte venham me pegar para o beijo final. Estamos aí, cumprindo o tortuoso caminho do destino.

02/02
Sai de Sampa as 9:30, parei no posto, abasteci 8,9 litros e Maria Rita não quis ligar mais, tive que dar um tranco.
Estrada boa, sol e vento moderado, sem trânsito, fui parado pela polícia no segundo pedágio, só verificaram documentos e Maria Rita pra variar não quis ligar na saída novamente, ô bichinha temperamental. Acabou o combustível aos 184 km, graças a Deus em uma descida, passei à reserva e cheguei no Rodoserv, abasteci 8,3 L e consegui fazê-la ligar segurando um pouco mais a partida.
Cheguei em Bauru as 14:30, peguei uma chuvinha em Lins mas estrada boa no restante. Encostei a máquina e na hora de religar verifiquei que o lance de segurar mais um pouco a partida funciona. A parcial deu 338 Km.

05/02
Acordei cedinho, tomei café, arrumei as coisas, dei um tranco em Maria Rita que não quis ligar de jeito nenhum e fui pra estrada, parei em um posto na saída de Bauru, completei 7,93 L. Na Rondon fiz umas gracinhas com um Tracker para que ele aprendesse a esperar eu dar passagem, não sei se não fui multado, isso foi pertinho de um posto rodoviário.
Na Hippolito Martins percebi uma Falcon me acompanhando, quando parei no Rodoserv, já na Castello, o cara veio conversar. Um velhão que perdeu os pais há pouco, ficou meio perdido, comprou a moto (é quase sempre assim rs)  e está descobrindo se é isso mesmo que gosta. Cabrera o nome dele, é advogado. Pediu umas dicas, já aprendeu o lance da mochila amarrada, mas estava andando com bota de cano baixo, contei que as lesões em acidente são em sua maioria no tornozelo pois ficam na altura do pára-choque dos carros, daí as botas de cano alto com proteção. Trocamos cartão para combinar futuras aventuras  e  viemos tocando junto até o KM 54 da Castello. Parei para abastecer em São Roque e Maria Rita não quis ligar de novo, mais um tranco e cheguei no sítio.  Almocei e tirei uma bela soneca na rede.

06/02
Acordei as 9:00, dei uma enrolada e já estava na hora de ir embora, voltei pela Raposo e já deixei a Rita no mecânico para ver o que acontece, espero que a paulada não seja muito grande.
Enfim, foi uma boa viagem, Maria Rita com pequenos problemas, mas nada que chegasse a impedir. Revi as pessoas que gosto, fiz um novo amigo, nenhum incidente na estrada, agora que venha 2008 e as próximas aventuras pois a vida é curta e um dia, mais dia menos dia, acaba o nosso dia a dia.

Viagem São Paulo – Bauru – Ibiúna – São Paulo Maio / 2008 – Feriado Corpus Cristi
Moto: Honda Shadow 600cc

22/05
Saí de Sampa as 8:45, a moto já estava abastecida, o odometro marcava 36.837, estrada livre, mantendo 110 / 120 km/h, cheguei no Rodoserv as 11:45, o tanque principal acabou a 175 km, couberam 9,18 litros e o odometro principal marcava 37.038 com parcial de 204,8.  A policia me parou no km 180, foi bom porque minhas costas já estavam pedindo para parar, cheguei em Bauru as 12:30, odometro a 37.180 com parcial de 346,9.

24/05
Acordei as 8:00, tomei café e saí as 9:00, parei no posto e coloquei 6,96 litros de gasolina. Parei no rodoserv as 11:00, o parcial marcava 488,4 e o central 37.322, abasteci 6,46 litros, viagem boa, até aqui vim mantendo 110/120 km/h.
Saindo do Rodoserv encontrei um grupo, 2 Dragster e uma Boulevard, saíram bem na frente mas os encontrei na estrada, estavam andando devagar. Cheguei em Ibiúna as 13:00, a parcial deu 665 kms.

25/05
Hora de voltar, saí de Ibiúna as 14:00, parei pra abastecer e peguei a estrada já bem cheia. Cheguei a São Paulo as 15:00.
Coisas a registrar da viagem: Mulheres x motos grandes, encontrei na ida um casal, cada um com sua GSX 750 e na volta um casal também, ele com uma Shadow 600 e ela pilotando uma gigante XT 660.

Viagem São Paulo – Bauru Julho / 2008
Moto: Honda Shadow 600cc

18/07
Saí de São Paulo as 9:00, tempo bom, o odometro marcava 38.535, parei no posto, coloquei 8,3 litros e pé na estrada.
Estava ventando bastante e eu mantive próximo a 120 km/h, a moto bebeu um pouco além do costume e parou com incríveis 166 km rodados, quase não dá pra chegar no posto, parei no Rodoserv as 11:15, abasteci 9 Litros. Ao sair do posto dei uma bobeira típica de cidade, me meti entre dois caminhões e tomei uma fechada, quase dá besteira, preciso verificar os freios, quase nunca uso e deixaram a desejar neste episodio.
Cheguei em Bauru as 14:00 hs, o odometro central  marcando 38.876 km. Diminui a aceleração da moto na saída de São Paulo, está com bateria nova e o mecânico deixou acelerada demais, não estava reduzindo quando tirava a mão do acelerador. Aparentemente a máquina parece bem.

20/07
Saí de Bauru as 9:00, parei no posto da cidade e coloquei 6,6 litros. Estrada boa, sol nas costas e pouco vento, estava no espírito de passeio entretanto e vim mantendo a 110/h. Parei as 10:45, marcava apenas 135 km no parcial e couberam 7,83 litros, a gasolina de Bauru provavelmente estava batizada. Peguei a estrada novamente, vim tranquilinho, mantendo perto de 110/h. O combustível acabou em Barueri com 168 kms rodados, passei à reserva e cheguei em casa as 13:20.
Uma bela viagem, talvez a última longa de Maria Rita que se comportou como um doce, pilotagem muito suave e sem problemas.

São muitos bons momentos, entretanto como disse antes de começar,  a relação é de amor e ódio a cada instante, contrapondo aos momentos de liberdade e descontração, estão os de medo e preocupação. Maria Rita mesmo é um belo exemplo, dois anos, duas relações, duas baterias, uma embreagem, uma bengala dianteira estourada e muita manutenção depois, nunca me deixou a pé, mas houve viagens que cheguei com meio motor, sem partida ou com a corrente batendo e, um dia, após fazer uma revisão de tirar motor, trocar velas e sincronizar carburadores, em uma viagenzinha pequena até Atibaia, quando olho pra baixo um escorridão de óleo da alavanca da embreagem, decretei: é o fim pra nós Maria Rita, e, como cantou seu Jorge, eu fiquei a pé..... 

* HD = Harley Davidson
** KTM = Fabricante de motos Trail de Rally, normalmente com 990cc