sexta-feira, 18 de março de 2011

A Salsicha e os signos

Nunca me liguei muito nessa coisa de signos e horóscopo mas recebi há alguns anos um e-mail desses engraçadinhos ressaltando as coisas negativas que cada signo tem e me identifiquei em várias coisas dos cancerianos, aí comecei a observar melhor as pessoas e o comportamento do nativo de cada signo, e não é que a coisa funciona mesmo? Tem características que são inatas do signo e a combinação de afinidades também é fato.
Agora chegou a hora de eu escrever as minhas observações sobre cada signo e receber as pedradas que eventualmente me couberem.

Áries
O ariano é um bichinho bem estranho, temperamental e instável  por vezes. É o tipo de amigo que some, e depois aparece e age naturalmente como se tivesse falado contigo ontem ainda. Tem uma energia de explosão para as atividades, começam com muito ímpeto e vão diminuindo, diminuindo até sumir em pouco tempo. É bem difícil prender um ariano. Para ficar com uma mulher de Áries você precisa ser rápido, se demorar demais no papo ela vai embora. Já mandei muito amigo de Áries sumir e não aparecer mais. Não acredito em arianos.

Touro
Ta aí um bom signo, são realizadores, confiáveis, trabalhadores, tem uma tendência natural a guardar dinheiro, é o signo da vida confortável, mas como são teimosos, meu Deus, se um taurino cisma que o azul é verde que trabalho dá para convencê-lo do contrário. É um dos signos que mais combina com câncer.

Gêmeos
Tenho muitos amigos de Gêmeos, é um signo de flashes, parecido com a características de Áries, se encantam a princípio e logo desencantam, tenho sempre que tomar cuidado para não esperar demais deles e me decepcionar. Quase todos tem um lance de querer dominar o mundo sem trabalhar muito.  São meio duas caras, as mulheres de gêmeos costumam disfarçar muito a realidade e quando você vai conhecer direito as coisas são bem diferentes da imagem inicial. É um signo de inteligência restrita e um tanto de preguiça, de buscar as coisas mais fáceis. Por incrível que pareça combinam com câncer.

Câncer
Esse é uma peste, falo com conhecimento profundo de causa (é meu signo). São chorões, chantagistas, vingativos, controladores, tem carinhas de santo mas são todos canalhas, a relação entre dois cancerianos é um duelo constante, pra ver quem chora mais. São  dados a passar a rasteira pelas costas e fazer aquela carinha de quem nem viu. Canceriano é ótimo pra ser amigo pois são generosos e protetores com aqueles que amam, mas péssimos pra ser inimigos já que não esquecem nunca de uma pisada na bola.

Leão
É o signo da imagem, reis da floresta como já pressupõe o nome, querem aparecer, ser o centro das atenções senão não entram no jogo.  Não são muito inteligentes e não se dão bem com os cancerianos que os passam facilmente pra trás.  Pra ficar com uma mulher de Leão basta elogiar.

Virgem
É o signo meticuloso, quando você preencher um relatório em 5 vias de cores diferentes pode ter certeza que foi um virginiano que criou.  São as pessoas que conseguem extrair o melhor de um canceriano pois não se contentam com meia resposta ou uma explicação superficial. São carinhosos, prestativos e tem uma tendência natural de cuidar dos outros. Por outro lado tem uma tendência também natural a dramatizar as coisas, a  ser a Madre Tereza, cuidar da vida alheia e deixar a vida própria sempre em segundo plano, o que Salsicha que não é bobo nem nada alerta: é covardia de tomar decisões.  O sexo é um dos melhores pois até nisso é um signo detalhista, atencioso.

Libra
Conheço poucas pessoas desse signo, não tenho uma opinião formada, só posso dizer que a relação Câncer e Libra é difícil, ambos tem que ceder muito para conseguir conviver, se você for de Libra, fique longe de mim.

Escorpião
Também consegue conviver muito bem com câncer que é tido como paraíso astral desse signo. São ciumentos, possessivos, inseguros, vingativos e manipuladores mas tem um jeitinho especial de fazer charme, biquinho, chantagem sentimental e conseguir o que querem. É também o signo mais quente pra sexo, gostam muito.

Sagitário
Também conheço poucas pessoas desse signo pela afinidade ser bem pouca, é um signo que gosta de imagem, de viajar, dominar a conversa e normalmente falam muita besteira.  Tem uma característica engraçada que é a de dar gafe. Normalmente começam a falar alto, gesticular e a partir daí é só esperar que como em uma chuva que primeiro vêem os raios, trovões e depois a água,  a sequência é uma bela abobrinha. Tem tendência natural para a infidelidade. (Essa ultima frase tirei do horóscopo do UOL)

Capricórnio
Esse é o burro de carga do zodíaco, um signo marcado pela persistência, sempre que aparece um candidato que é de capricórnio eu contrato sem pensar muito. Pro trabalho não há melhor. Entretanto são um pouco teimosos e não muito inteligentes. São pessoas de relacionamento estável, se você quiser um casamento pra toda vida, procure um capricorniano, são também muito honestos e rígidos quanto à ética e moral.

Aquário
É o signo do empreendedorismo, terreno delicado, mas falo também com muito conhecimento de causa, aquário é um signo com tendência pra ser corno, é um tipo que vive no mundo das idéias, dos grandes projetos, de mudar o mundo, o famoso mundo da lua e se esquecem que o cônjuge  existe e aí parceiro, é chifre na certa, o bom é que eles raramente percebem que estão sendo corneados, estão com a cabeça na próxima grande realização. Adoram tecnologia, quer deixar um aquariano feliz dê-lhe o ultimo iPhone, vai ficar igual criança que ganhou doce.  Por mais inconcebível que isso possa parecer, para desespero total do parceiro, é um signo que NÃO se liga muito em sexo.

Peixes
Dizem os horóscopos que Peixes combina com Câncer, não sei onde porque é um signozinho bem do irritante. Assim como Áries costumam sumir de vez em quando, puramente para ficar imersos em seu mundozinho de dúvidas e reaparecer com decisões tomadas, as mais incompreensíveis possíveis diga-se de passagem. E indecisão é um negócio que me irrita. Uma vez rolou um clima com uma garota de peixes que estudava comigo, isso foi no início do ano e nada se desenvolveu. Um ano depois ela se aproximou de mim novamente decidida no: -Vamos namorar....-  eu disse pra ela: -Meu amor, o clima foi há um ano, nesse período o mundo mudou e a fila já andou umas cinco vezes, agora to em outra.... sorry. Detesto a indecisão dos piscianos, se você não tem tempo e paciência pra lidar com eles, desista. Se você for pisciana, antes de se aproximar de mim tenha certeza do que quer porque se eu perceber que você está indecisa vou querer te matar.

Bem, depois dessa metralhadora giratória a lei me obriga a por um: “As opiniões aqui registradas são exclusivas da cabeça do Salsicha e podem não expressar a realidade”.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A história de Mochinho






De vez em quando a natureza nos dá alguma missão para cumprir. No final do ano passado ano ela nos enviou Mochinho. Minha mãe estava regando a horta quando ele veio tentar beber água na torneira, ela percebeu que ele era um filhote perdido e depois da água, que ele bebeu muito confiado, cavou na horta umas minhocas que também foram muito bem aceitas, foi o suficiente para o bichinho adotá-la como mãe, a mãe gorda como ela mesmo diz.
De vez em quando aparece algum filhote de passarinho caído do ninho, isso é bastante comum no interior, só que Mochinho era um filhote de Gavião e nos dois meses seguintes foi nosso hóspede.
Primeiro as minhocas, depois passamos a alimentá-lo com carne moída e duas vezes por dia era só sair no quintal e gritar: - Mochinho, Mochinho, que lá descia o malandro de alguma árvore para comer na mão e as vezes, quando acordávamos mais tarde e ele estava com fome, vinha bicar a janela como que dizendo: -Ei, tô com fome, ninguém vai vir me alimentar não??? Entretanto, como animal selvagem e predador que é, ele comia e de papo cheio ia embora sem dar confiança pra ninguém, só a minha mãe conseguiu ultrapassar esse limite e para ela, ele deitava no chão e se virava de bruços para ser coçado, talvez um reconhecimento de quem o salvara, os demais ele apenas tolerava.
Durante um bom tempo o bichinho foi a alegria da criançada e eu cheguei a pensar que ele iria ficar por lá mesmo pois até uma casa fixa ele já havia estabelecido debaixo do telhado do portão, o que deixava os passarinhos que estavam com filhotes novos nas arvores próximas todo agitados, porém um dia acordamos com Mochinho gritando muito, quando vimos, era um gavião adulto muito maior que ele rondando o telhado e o bichinho paradinho lá, indefeso. Com receio que nosso filhote virasse almoço, prendemos ele por algumas horas dentro do canil até que o gavião desaparecesse. Nos dias seguintes apareceu mais um e eles ficavam rondando em dupla, o nosso Mochinho que ficava gritando embaixo e nós apreensivos que fizessem algum mal para o malandro que conquistara toda a família. Isso se repetiu vários dias, os bichos tomando confiança e chegando cada vez mais perto, até que pousaram pertinho e pudemos ver que eram da mesma espécie de Mochinho, seus pais provavelmente. Primeiro nosso bichinho passou a acompanhá-los, aí só aparecia uma vez ou outra pra comer até que desapareceu de vez. Mais uns dias se passaram e ele apareceu de volta, pousou em cima do telhado e ficou olhando, chamamos várias vezes e ele não desceu, até que levantou vôo e depois de algumas voltas desapareceu de vez.
Foi um tempo curto, mas ele além das fotos e da lembrança, nos deixou alguns ensinamentos de cuidado com o equilíbrio delicado da natureza e também de não querer ter a posse, ser donos, aprisionar um bichinho selvagem só pelo prazer de ter. Obrigado, Mochinho.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A vida em duas rodas - Diários de motocicleta

Sempre quis escrever algo sobre a relação com a vida em duas rodas, chegou a hora.
Tudo começou ali pelos idos de 1993 em uma tarde que meu amigo Tegs foi me visitar com sua CBX Aero 150, uma motinho recém-lançada, muito tecnológica para uma época que existiam apenas a CG125 como popular e a CB 400 como top da sofisticação. Disse a ele que nunca havia subido em uma moto e ele sem pensar muito (como é bonito uma pessoa ser desprendida de valores materiais não?) me explicou como ligava, onde eram embreagem, acelerador e freios e lá fui eu ser picado pelo vírus das duas rodas. E é bem assim que a coisa funciona, eu já fiz a experiência na prática, quando você monta a primeira vez, ou ama ou odeia, simples assim. Alguns anos mais tarde depois de comprar uma confusão imensa adquiri a Suzy, uma Intruder 250cc que só fez viagens muito curtas das quais nem tenho registro, mas em pouco mais de 35.000 km rodados dentro da cidade mesmo  me ensinou as manhas de trânsito e também me proporcionou o primeiro (e único) tombo. Depois dessa veio a Tita, uma Twister 250cc zerada, menina nervosa, 6 marchas, arrancada brusca, inquieta demais para velocidade de cruzeiro, ainda assim foi com essa que aconteceu a primeira grande viagem, até 3 Lagoas – MS.Em 1997 a Honda começou a produzir a Shadow 600cc, uma máquina espetacular, cheia de cromados, pedaleiras avançadas, ideal para estrada, mas nessa época custava algo em torno do valor de 2 carros populares, impraticável para meu bolso então de base da cadeia alimentar corporativa, mas era um sonho. Dez anos e muita história depois, estou passando em uma loja perto de casa, vejo Maria Rita olhando languidamente para mim, pensei, tem que ser minha, dois meses e muita negociação depois eu era o proprietário de uma Shadow 600 Roxa e Preta que nos três anos que ficou em minha companhia me deu muita alegria e um bocado de dor de cabeça, porque moto é assim, e acho que isso é o que mais atrai, um veículo quase gente, cheia de pequenos detalhes, inexato, problemático, temperamental, uma mistura constante de prazer e medo, preocupação e satisfação.
Durante as viagens, como moto não dá pra ultrapassar muito os 200 km sem  dar uma paradinha para abastecer e desentortar as costas, adquiri o hábito de andar com um caderninho que uso para registrar o que acontece ou o que estou sentindo, dei a ele o nome singelo de Diários de Motocicleta, vou compartilhar alguns trechos pra tentar picar você também.

Viagem São Paulo-SP / Três Lagoas –MS escalas em Bauru e Guararapes. Agosto / 2004
Moto: Honda Twister 250cc

10/08 (...) Prometi para mim mesmo que o dia que ficasse livre da Planet (meu último emprego) faria uma viagem de moto de 1 mês sem preocupação ou destino, pois bem, consegui cumprir. Fiz muitos planos e nos últimos dias já não tinha tanta certeza assim que a viagem aconteceria mas no final das contas aqui estamos nós, eu a máquina e a Road. Estava muito frio quando saí de São Paulo, vim todo encapotado, com uma mochila enorme,  (agora já sei que é estupidez carregar as coisas em mochila, as costas ficam estouradas pelo tempo e posição). Na Marginal começou a garoar, senti medo. Todavia a estrada estava vazia e alguns quilômetros para a frente, no KM 50, por aí, o sol abriu e pude curtir a viagem.
A estrada foi legal, o ruim era o peso da mochila fazendo doer o ombro esquerdo, mesmo assim fui sem parar até o Rodoserv, um posto mais ou menos 200 km  distante de São Paulo. Andei devagar, entre 100 e 110 km/h a 7.000 giros. No posto tomei um chocolate quente e liguei pra casa, já descansado peguei a estrada novamente, agora pra chegar mais rápido subi para 120/130 km/h, 8.000 e até 9.000 giros nas descidas e a moto que não tinha bebido quase nada até então secou o tanque e poucos quilômetros antes de chegar a Bauru acabou a gasolina, passei para a reserva e andei mais devagar. Em Bauru me perdi para chegar no destino certo mas enfim cheguei. Hoje acordei tarde, tomei café correndo , abasteci a moto e estrada de novo. Desta vez a viagem foi bem divertida, peguei o vácuo de alguns caminhões e andei devagar para a moto não beber demais. Cheguei em Guararapes por volta de 13:40, sendo que parei uma vez para descansar no acostamento  e uma vez em um posto. Agora estou sentado em um banco da praça tomando sorvete de melão e escrevendo. Ainda estou com a camiseta preta que saí de São Paulo e em Bauru fiquei com a mesma roupa (risos) dois dias. (...)

13/08
Ontem realizei um grande sonho. Acordei as 9:30, coloquei as coisas na mochila rapidamente e pé na estrada, desta vez com destino a Mato Grosso do Sul. Estava ventando muito, a favor, mas mesmo assim é ruim, a moto balança muito, fui devagar, por volta de 100 km/h, cheguei em 3 Lagoas eram 13:00hs mas lá tem fuso horário de -1h, então era meio dia. A cidade a princípio me pareceu muito feia, principalmente a avenida de entrada, cheia de gente de bicicleta. Dei algumas voltas mas as costas estavam doendo muito, então escolhi um hotel na praça central e me hospedei. Por fora o hotel era bonitinho, mas quando o recepcionista me falou o preço da diária (R$ 25,00) desconfiei que havia entrado em uma fria, não deu outra, era uma espelunca, mas como o objetivo não era ficar em um super hotel  não liguei, só fiquei preocupado de deixar a moto na rua, felizmente nada aconteceu.
Almocei em um restaurante caseiro e andei a tarde toda pra tentar conhecer a cidade. Até que tem lugares bonitos, as ruas são bem largas e tem muito comércio. Comprei fotos da cidade e da barragem de Jupiá que é a divisa de SP e MS, a noite fui a um Show do Milionário e José Rico (não riam), me diverti bastante mas teria sido mais legal se estivesse acompanhado. Comi uma pizza a título de janta e fui dormir a uma da manhã, dormi muito pouco. Hoje acordei cedo, peguei minhas coisas e vim embora, parei na divisa do Estado para uma foto e estrada novamente. Hoje a estrada não foi muito legal, muito vento contra, a moto balançava e na maior parte do percurso não consegui passar de 100 km/h. Cheguei aqui quase meio dia (estou em Guararapes) almocei e dormi umas 3 hs, estava cansado e com o corpo moído, mas feliz da vida, já ultrapassei a marca dos 1.000 km esta semana. Ontem cheguei a uma conclusão interessante: “Não descobri todas as respostas mas esqueci quais eram as perguntas”

18/08
Ontem cheguei no sítio do Tio Wilson, saí de Guararapes as 14:00 hs, fiz boa viagem, apenas a estrada aqui perto, a BR 153 tá bem esburacada, mas são poucos quilômetros.

20/08
Hoje foi um dia bem bacana, acordamos cedo, cuidamos das vacas, cortamos cana e eu dirigi o trator, uma nova experiência no curriculum, depois me despedi do tio Wilson e vamos comer chão, parei em um posto em Lins e coloquei 5 lts de gasolina, a estrada estava ótima, sem vento e a motoca com vontade de andar, pensei: -Vou testar quanto essa porra anda. – enrolei o cabo mas a 11.000 giros, pouco mais de 140 km/h as faixas do chão passavam rápido, senti medo e diminui sem saber quanto é  a velocidade final da máquina, ela bebeu os 5 litros de gasolina em bem menos de 100 km e cheguei em Bauru com a reserva. (...) Valeu a viagem, to com a mente limpa pra começar de novo.

Viagem São Paulo – Bauru – Ibiúna – São Paulo Dezembro / 2007
Moto: Honda Shadow 600cc

19/12
(...)Esta viagem estava planejada antes mesmo de comprar a moto, que por sinal estou há apenas 3 semanas. Maria Rita, uma Shadow Roxa, ela passou por uma troca de óleo e mini revisão há alguns dias porém está um tanto barulhenta e dando uns pipocos no carburador desde a última lavagem, sábado passado.  Vamos ver como se comporta na estrada, ainda faltam dois dias para a viagem e estou apreensivo porque tem chovido bastante.

22/12
Saí de Sampa as 9:30, muito sol, tempo bom, parei para abastecer e zerei o marcador a 32.702,7 km, couberam 5,43 l.
Estrada boa, sem trânsito, um pouco de vento lateral no km 53, no 118 da Castello peguei o vácuo de um ônibus por 30 km, aos 192 falhou pela primeira vez, passei para a reserva andando mesmo e parei a 194 no Rodoserv, eram 12:15 hs,  abasteci 8 litros e parei para descansar um pouco.
Quando estava arrumando as coisas na Rita para sair, chegou um irmão com uma HD* amarela e preta, parou e veio conversar. Tinha uma gigante KTM Trail** estacionada, ficamos comentando. Quando eu já havia ligado a Rita, veio uma doida correndo de longe e pediu se podia tirar uma foto, eu imaginei que fosse ao lado da KTM mas não, ela queria tirar uma foto comigo, o detalhe é que estava com o marido e o boizão com aquela cara de feliz, tirando foto da mulher dele empoleirada em um motoqueiro. Ela quis puxar papo mas sabiamente tratei de debandar, o cidadão tava fazendo cara feia demais. Nem KTM nem HD, Rita roubou a cena. Acertei em cheio no nome, é uma clássica que impressiona e não mostra a idade.
 Saindo do Rodoserv, a criança resolveu andar, o ponteiro ficou por alguns quilômetros em 120 / 140 km/h, uma fofa com um FIT ficou brava pra me passar, deixei, mas logo mais pra frente, na serra de Botucatu mostrei pra ela que 600cc são 600cc e não dá pra brincar, claro que passou a serra, a estrada abriu e aí não dá pra competir com carro, mas foi um belo pega.
No primeiro pedágio da Rondon topei com duas HD’s, os caras todo paramentados, lenço por baixo do capacete e tals, mas tão pouco íntimos da estrada que não sabiam que na Rondon moto também tem que parar no pedágio. Logo sumiram, não quis forçar para andar junto porque  a pouco mais de 110 abre o segundo carburador e ela se transforma em uma máquina de beber.
Cheguei em Bauru umas 14 e pouco, me perdi é claro, mas cheguei.
A noite fui à um casamento de penetra hahahaha, conheci uma galerinha de adolescentes e demos muitas risadas.

24/12
Acordei as 8:00 e resolvi dar um trato na Rita, abri as tampas laterais, arrumei as coisas, liguei, limpei, tudo está funcionando bem, até a ventoinha do radiador que nunca imaginei que existisse está ligando na hora. Lavei o capacete e as partes da jaqueta que  pegaram bichinhos na estrada. Tudo na mais perfeita ordem. Estou muito calmo hoje.

27/12
Acordei as 9:00, tomei café, arrumei as coisas na Rita e saí de Bauru as 10:30, abasteci 7 litros em um posto vagabundo, o odometro marcava 33.043,7 e o parcial da viagem 340,8.
Muito vento contra na Rondon, quando entrei na Castello mudou a direção do vento e a Rita resolveu andar, vim tocando a 120 km/h até o Rodoserv. Abasteci 6,5 l, o odometro está em 33.182 com parcial de 479,7, são 12:40.
Segui pela Castello, bastante transito depois de Sorocaba, entrei na saída 54 para a Raposo e quando cheguei a Vargem Grande acabou o combustível. Passei para a reserva e acabei de chegar em Ibiúna muito cansado, exagerei, deveria ter parado já na Raposo. Passei a tarde na rede desenferrujando.

05/01
O tempo amanheceu feio, choveu a noite. Mesmo assim resolvi pegar a estrada. Surfei na lama da rua do sítio e quase levo um chão, mas logo a frente o sol abriu. Parei para abastecer em Ibiúna, o odometro marcava 33.391,6 parcial de 688,8, couberam 5,6 litros.
Peguei a Estrada do Vinho até a Raposo, um pequeno pedaço da Raposo e o trevo para a Castello. Quando entrei na Castello ela resolveu andar e mantive em torno dos 120 km/h, cheguei bem em São Paulo sem chuva. O final da viagem: 786,1 km de alegria, agora de volta à selva de pedra e vamos aguardar a próxima. Maria Rita deu um show de classe estilo e potência. Estou muito feliz com a máquina.

Viagem São Paulo – Bauru – Ibiúna – São Paulo Fevereiro / 2008 - Carnaval
Moto: Honda Shadow 600cc

01/02
Esta viagem não marca nada especial, tudo está mais ou menos mas estou com um pressentimento ruim, que se agravou quando minha irmã me ligou para me recomendar cuidado. Por conta de um bocado de chuva, Maria Rita está já há uma semana sem ligar, espero que não tenha arriado a bateria, ta limpinha, pronta pra desfilar, quem sabe amanhã encontramos alguém interessante na Road, ou então os braços gelados da morte venham me pegar para o beijo final. Estamos aí, cumprindo o tortuoso caminho do destino.

02/02
Sai de Sampa as 9:30, parei no posto, abasteci 8,9 litros e Maria Rita não quis ligar mais, tive que dar um tranco.
Estrada boa, sol e vento moderado, sem trânsito, fui parado pela polícia no segundo pedágio, só verificaram documentos e Maria Rita pra variar não quis ligar na saída novamente, ô bichinha temperamental. Acabou o combustível aos 184 km, graças a Deus em uma descida, passei à reserva e cheguei no Rodoserv, abasteci 8,3 L e consegui fazê-la ligar segurando um pouco mais a partida.
Cheguei em Bauru as 14:30, peguei uma chuvinha em Lins mas estrada boa no restante. Encostei a máquina e na hora de religar verifiquei que o lance de segurar mais um pouco a partida funciona. A parcial deu 338 Km.

05/02
Acordei cedinho, tomei café, arrumei as coisas, dei um tranco em Maria Rita que não quis ligar de jeito nenhum e fui pra estrada, parei em um posto na saída de Bauru, completei 7,93 L. Na Rondon fiz umas gracinhas com um Tracker para que ele aprendesse a esperar eu dar passagem, não sei se não fui multado, isso foi pertinho de um posto rodoviário.
Na Hippolito Martins percebi uma Falcon me acompanhando, quando parei no Rodoserv, já na Castello, o cara veio conversar. Um velhão que perdeu os pais há pouco, ficou meio perdido, comprou a moto (é quase sempre assim rs)  e está descobrindo se é isso mesmo que gosta. Cabrera o nome dele, é advogado. Pediu umas dicas, já aprendeu o lance da mochila amarrada, mas estava andando com bota de cano baixo, contei que as lesões em acidente são em sua maioria no tornozelo pois ficam na altura do pára-choque dos carros, daí as botas de cano alto com proteção. Trocamos cartão para combinar futuras aventuras  e  viemos tocando junto até o KM 54 da Castello. Parei para abastecer em São Roque e Maria Rita não quis ligar de novo, mais um tranco e cheguei no sítio.  Almocei e tirei uma bela soneca na rede.

06/02
Acordei as 9:00, dei uma enrolada e já estava na hora de ir embora, voltei pela Raposo e já deixei a Rita no mecânico para ver o que acontece, espero que a paulada não seja muito grande.
Enfim, foi uma boa viagem, Maria Rita com pequenos problemas, mas nada que chegasse a impedir. Revi as pessoas que gosto, fiz um novo amigo, nenhum incidente na estrada, agora que venha 2008 e as próximas aventuras pois a vida é curta e um dia, mais dia menos dia, acaba o nosso dia a dia.

Viagem São Paulo – Bauru – Ibiúna – São Paulo Maio / 2008 – Feriado Corpus Cristi
Moto: Honda Shadow 600cc

22/05
Saí de Sampa as 8:45, a moto já estava abastecida, o odometro marcava 36.837, estrada livre, mantendo 110 / 120 km/h, cheguei no Rodoserv as 11:45, o tanque principal acabou a 175 km, couberam 9,18 litros e o odometro principal marcava 37.038 com parcial de 204,8.  A policia me parou no km 180, foi bom porque minhas costas já estavam pedindo para parar, cheguei em Bauru as 12:30, odometro a 37.180 com parcial de 346,9.

24/05
Acordei as 8:00, tomei café e saí as 9:00, parei no posto e coloquei 6,96 litros de gasolina. Parei no rodoserv as 11:00, o parcial marcava 488,4 e o central 37.322, abasteci 6,46 litros, viagem boa, até aqui vim mantendo 110/120 km/h.
Saindo do Rodoserv encontrei um grupo, 2 Dragster e uma Boulevard, saíram bem na frente mas os encontrei na estrada, estavam andando devagar. Cheguei em Ibiúna as 13:00, a parcial deu 665 kms.

25/05
Hora de voltar, saí de Ibiúna as 14:00, parei pra abastecer e peguei a estrada já bem cheia. Cheguei a São Paulo as 15:00.
Coisas a registrar da viagem: Mulheres x motos grandes, encontrei na ida um casal, cada um com sua GSX 750 e na volta um casal também, ele com uma Shadow 600 e ela pilotando uma gigante XT 660.

Viagem São Paulo – Bauru Julho / 2008
Moto: Honda Shadow 600cc

18/07
Saí de São Paulo as 9:00, tempo bom, o odometro marcava 38.535, parei no posto, coloquei 8,3 litros e pé na estrada.
Estava ventando bastante e eu mantive próximo a 120 km/h, a moto bebeu um pouco além do costume e parou com incríveis 166 km rodados, quase não dá pra chegar no posto, parei no Rodoserv as 11:15, abasteci 9 Litros. Ao sair do posto dei uma bobeira típica de cidade, me meti entre dois caminhões e tomei uma fechada, quase dá besteira, preciso verificar os freios, quase nunca uso e deixaram a desejar neste episodio.
Cheguei em Bauru as 14:00 hs, o odometro central  marcando 38.876 km. Diminui a aceleração da moto na saída de São Paulo, está com bateria nova e o mecânico deixou acelerada demais, não estava reduzindo quando tirava a mão do acelerador. Aparentemente a máquina parece bem.

20/07
Saí de Bauru as 9:00, parei no posto da cidade e coloquei 6,6 litros. Estrada boa, sol nas costas e pouco vento, estava no espírito de passeio entretanto e vim mantendo a 110/h. Parei as 10:45, marcava apenas 135 km no parcial e couberam 7,83 litros, a gasolina de Bauru provavelmente estava batizada. Peguei a estrada novamente, vim tranquilinho, mantendo perto de 110/h. O combustível acabou em Barueri com 168 kms rodados, passei à reserva e cheguei em casa as 13:20.
Uma bela viagem, talvez a última longa de Maria Rita que se comportou como um doce, pilotagem muito suave e sem problemas.

São muitos bons momentos, entretanto como disse antes de começar,  a relação é de amor e ódio a cada instante, contrapondo aos momentos de liberdade e descontração, estão os de medo e preocupação. Maria Rita mesmo é um belo exemplo, dois anos, duas relações, duas baterias, uma embreagem, uma bengala dianteira estourada e muita manutenção depois, nunca me deixou a pé, mas houve viagens que cheguei com meio motor, sem partida ou com a corrente batendo e, um dia, após fazer uma revisão de tirar motor, trocar velas e sincronizar carburadores, em uma viagenzinha pequena até Atibaia, quando olho pra baixo um escorridão de óleo da alavanca da embreagem, decretei: é o fim pra nós Maria Rita, e, como cantou seu Jorge, eu fiquei a pé..... 

* HD = Harley Davidson
** KTM = Fabricante de motos Trail de Rally, normalmente com 990cc

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Questão de educação.

Como diria meu boss: - Meus amores, perdoem o silêncio do Salsicha nos ultimos dias, questões do coração deixaram-no mudo e apático, felizmente esta semana pintaram algumas razões pra sorrir e a acidez habitual tão já vossa conhecida reapareceu.
Isso aqui tá virando meio que um balcão de reclamações, mas vocês sabem como é, as situações acontecem, dá vontade de escrever e eu escrevo... rs... simples assim.
O assunto que inquieta  no momento: educação em espetáculos.
Salsicha é um cidadão que gosta de música em quase todas as suas vertentes mas parece que as pessoas chatas o perseguem, sempre tem alguém por perto, no meio de um concerto querendo conversar, abrir bala, arrumar as coisas na bolsa, ter ataque de tosse e essas coisas que nos despertam o instinto assassino.
Salsicha participa do coral da faculdade e vejam a cena que se desenrolou ontem: 1º Encontro de Corais, o nosso era o segundo a se apresentar, aguardamos sentadinhos no auditório a primeira apresentação e a ordem era entrar no palco pelo corredor lateral, fazer a apresentação, sair pelo camarim e retornar (quem quisesse) por outra entrada para assistir os outros dois grupos que se apresentariam. A apresentação foi divertida, deu tudo certo mas já ao entrar no camarim começa o festival da falta total de educação, havia uns comes e a cena que se seguiu foi semelhante à um ataque daqueles esfomeados que vemos na TV aos caminhões de ajuda humanitária da ONU, as coisas desapareceram em segundos. Essa cena eu relevei, afinal as Universidades de preço popular garantem o acesso à um diploma, mas nunca à educação e só em casos pontuais à instrução, as pessoas que à elas chegam vem de gerações lutando por espaço, por sobrevivência e a voracidade já está quase impressa no DNA. Bem, passado esse momento, voltamos para o auditorio, sentamos,  a apresentação do outro Coral começou e duas figuras atrás de mim resolveram botar o assunto em dia e começaram um animado papo. Eu dei uma olhada pra trás pra ver se se tocavam, outra, uma terceira e nada, não resisti mais e decidi falar:
-Meus amores, vamos respeitar o grupo que está lá na frente, eles nos ouviram,  e eu não estou conseguindo prestar atenção com a conversa aqui atrás.
Aí que acontece o pior, vejam a reação das pessoas:
-Que horror, ele tá escutando a nossa conversa!
-A gente aqui "quieta" conversando e ele ouvindo tudo que falamos!
Ao invés de se tocarem que estavam tagarelando em local totalmente impróprio, desrespeitando as pessoas que estavam se apresentando e as que queriam ouvir, as duas figuras ficaram indignadas porque eu estava ouvindo a conversa delas e não pensem que pararam, nada disso, apenas continuaram em tom mais baixo para que eu não pudesse "entender". Fala sério né gente, tem hora que dá vontade de morrer e nascer de novo de preferência de um ovo abandonado ao sol no meio do deserto.... Fico pensando, onde vamos parar nesse mundinho que cada um olha o seu lado e os outros que se danem.... Para, para tudo que eu quero descer.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Protesto contra a mulherada

Não sei se vão concordar comigo, mas uma das coisas que mais irritam essa Salsicha que vos fala, ao lado de gente que começa as frases com "Deixa eu te falar", é mulher sem convicção na hora de vestir.
Se por um lado a população está cada vez maior, e eu falo aqui no sentido de mais pesada, a moda caminhou em sentido contrário, talvez para economizar tecido, faz modelitos cada vez menores. O cós das calças diminuiu tanto que alguns terminam onde começa a indecência e dá-lhe cofrinho de fora, as blusinhas encolheram, encolheram, já não conseguem mais alcançar a calça, e dá-lhe pneu à mostra, das mais variadas circunferências. Até aí tudo bem, a mim não incomoda a visão de um cofrinho ou de um pneuzinho. Sem problema. O que irrita mesmo é quando a mulher compra uma roupa menor que ela e tenta se cobrir com o que não há, e aí é um tal de puxa a blusinha pra baixo pra tampar o pneu, escapa o peito, puxa a blusinha pra cima pra esconder o peito, aparece o pneu, puxa a calça pra cima pra esconder o cofre e começa tudo de novo, eita, que vida!!! kkkk Na minha sala tem uma figura que passa quatro horas por noite com a mão pra trás tampando o cofrinho, coitada, vai acabar ficando com a coluna torta. Já outra, de vez em quando vem com umas calças de cintura baixíssima, aí debruça e a calcinha escapa, normalmente é daquelas que nossas mães não usariam,  não consigo mais concentrar na aula, rsrs, gente, que dureza!!
Enfim, com pneu ou sem, com cofrinho à mostra ou não, com peito escapando ou escondidinho o que vale mesmo é a convicção e conselho de Salsicha, mulherada: Se não tem convicção no próprio corpo, compre uma BURCA!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Forró do Luciano

É meus amigos, quando eu digo que essa vidinha de Salsicha dá um livro não é exagero. Vejam essa: ontem a noite meu fígado resolve se rebelar contra mim, e ele não é um cara fácil de se lidar, sei dizer que eram duas horas da manhã e a cabeça explodindo, uma dipirona, outra e nada, o estoque dos comprimidinhos que me acompanham sempre acaba e eu desesperado apelo para a ajuda do grande amigo porteiro Zé, também acho inusitado, claro, mas na hora do desespero vocês sabem, qualquer coisa é valida. Interfonei para a portaria para ver se por acaso havia uma caixa de primeiros socorros com uma dipironazinha perdida por lá e não havia, estranhei o volume do som que estava rolando e perguntei:
-Zé, você tá dando um baile aí?
Para meu azar acho que o figura já estava meio "alto" e resolveu abraçar a minha causa. Como eu estava bem mau mesmo para sair na rua aquela hora procurar uma farmácia,  aceitei o oferecimento e quando desci ele já estava esperando com o carro ligado. Comecei a desconfiar que algo estava errado quando ao invés de ir em uma farmácia 24hs que tem na avenida da minha casa mesmo ele foi pra um bairro vizinho, bem, até aí sem problema, qualquer farmácia é farmácia e pra garantir assim que paramos eu mandei logo pra baixo um flaconete para o fígado e duas dipironas para a cabeça (detalhe, eu já havia tomado duas dipironas em casa, estava em um ponto muito perto de uma overdose). Tudo que eu queria então era voltar pro meu cantinho e ficar no escuro até que a dor passasse, mas foi nesse momento que a coisa começou a degringolar, o que o figura queria mesmo era dar uma fugida do trabalho e passear em plena noite, ligou o som bem alto (vejam que falta de noção, com uma pessoa com a cabeça estourando ao lado) e sob o pretexto de não vou te levar pra casa desse jeito  foi indo para os lados de um bairro que eu só conhecia até então pela letra de uma música dos Racionais, Jova Rural, sem preconceito com o lugar nem com ninguém já que acho que o porteiro Zé é um baita cara, mas gente, relôú, eu só queria ir pra casa ficar no escuro quietinho e caí nessa armadilha.  Resumindo a historia, ele me mostrou a casa dele, o posto policial, o lugar onde vai ser o posto de saúde e até o Forro do Luciano que por sorte estava fechado senão a minha dor de cabeça teria ido parar em um bate-coxa no meio da madrugada. Uma hora depois, ainda estavamos passeando pela noite de São Paulo, percebi que a cabeça pesava uma tonelada, mas a dor havia passado e finalmente avistei meu prédio se aproximando como um porto salvador, é isso mesmo, tava tão grogue que era o prédio que se aproximava e não nós dele. Abri um sorriso. Mais tarde, enquanto tomava um chá de cidreira que uma alma caridosa deixou na minha despensa, fiquei cismando sobre como tudo que está ruim pode piorar, não acham?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

As melhores coisas do mundo.

Este final de semana, que foi um belo feriadão de muito frio, assisti ao filme "As melhores coisas do mundo," que gira em torno dos conflitos de um adolescente. Filme muito bem feito, equilibrado e que no finalzinho nos solta a pérola: "Não é impossível ser feliz depois que crescemos, só é mais complicado." Essa frase botou a cabecinha de Salsicha pra girar e, observando bem, já notaram que na verdade a gente nunca sai dos dilemas da adolescência? A busca pela mulher ideal, pelo emprego que satisfaz nossas ambições, por ser reconhecido e respeitado só vão se repetindo em expirais quase infinitas. O que falta cega para o que já se tem e seguimos buscando, buscando, a cabeça sempre está no amanhã, na próxima conquista, no que virá depois, todo tempo parece pouco e quando vamos perceber os 30 já se foram e as dúvidas continuam exatamente as mesmas.
Péssimo isso não? Depende do ponto de vista. E se a busca for parte da condição de humano?
Longe dessa cabecinha de Salsicha querer ser conselheiro ou sabe tudo, notei que o importante é aprender a conviver com a inquietude, com a insatisfação. Há muitas respostas que não vamos saber nunca, mas na busca vamos aprender tantas outras, que vale a pena a curiosidade. Se a dúvida faz parte da condição de humano, aprender e evoluir também são partes integrantes do pacote, descobri também que não adianta tentar impor verdades, a maioria das descobertas valem só para quem chega à elas e o caminho do conhecimento não tem bancos em fileiras, é um caminho solitário, as águias não voam em bando e quanto mais alto for o vôo mais solitário ele será.  Pedrinho, com 6 anos já leu mais de 60 livros, tem gente com mais de 60 que ainda não leu 6. Mas o importante é que com 6 ou 60, tendo lido 60 ou 6, ambos tenham a curiosidade suficiente para levantar a cada dia e buscar o que virá depois.