sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pérolas da publicidade.

Existe uma matéria na faculdade de Letras, chamada Análise do Discurso que defende a idéia de que não existe texto sem intencionalidade, aberta ou implícita e a propaganda é uma das áreas que mais se utiliza das técnicas implícitas,  sobretudo a neurolinguística, já que o texto não é so escrito e falado e há todo tipo de recurso discursivo para despertar o desejo de consumo. Entretanto, de vez em quando, no afã de fazer propagandas bonitinhas ou engraçadas acontecem umas coisas que deixam essa humilde Salsicha que vos fala paralizada, e quando a Salsicha acha ruim não dá outra, ela fala mesmo. Então, vamos fazer uma análise de discurso juntos? Talvez vocês me ajudem a compreender ou eu os ajude a descompreender.

Case 1: Comercial dos postos Ipiranga:



A cena: o cara chega mais cedo em casa porque resolveu a vida na conveniência do posto e pega um monte de homens saindo da casa dele.
A minha leitura: Cliente dos postos Ipiranga é Corno.
Detalhe, o banco Itau já havia caído nessa, com uma propaganda exatamente igual, só que o mote era o Internet Banking que agilizava a vida do cliente.

Case 2: Pastilhas Benalet



A cena: Um casal jantanto, ela está com a garganta irritada e por conta disso todas as ações são mal interpretadas e com isso eles acabam ficando juntos.
Minha leitura: Não cheguei a conclusão nenhuma, não entendi se a propaganda dizia para usar ou não usar Benalet, meu amigo Rogenski chegou a uma conclusão melhor: -Não use Benalet e se dê bem.

Case 3: Vivo operadora de celular

Não encontrei o vídeo no youtube e vamos aproveitar aqui para malhar um pouco mais, quase tudo que as operadoras de celular fazem é uma porcaria, vejam vocês que nem a propaganda consigo encontrar, se alguém encontrar me envie por gentileza.

A Cena: O cara tem uma namorada em cada estado porque é só 9 centavos o minuto para falar com elas.
A minha leitura: Vivo, a operadora de celular dos canalhas.

Fica o toque para os gênios do Marketing: -Assim como piada, propaganda que precisa ser explicada não é boa.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Salsicha perdido em Barretos.

Ontem eu estava olhando os álbuns de fotos do uol, aí achei um de Barretos, fiquei estarrecido, homens bombadíssimos, tatuados, vestindo apenas  calça jeans, botas e chapéu, pegando as garotas a laço na rua e o pior é que todos estavam achando engraçado e normal, aliás, as pessoas pagam, e caro, para estar lá.
O cérebrozinho de Salsicha começou as elucubrações, ao invés de correr atrás da caça e da sobrevivência  os músculos são produzidos em uma academia,  o macho predominante tentando copular com o maior número possível de fêmeas sadias, me parece um tanto familiar esse ritual do acasalamento, só faltou a paulada na cabeça e arrastar a fêmea para a caverna. Incrível o tanto que evoluímos no decorrer da nossa história.....

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Salsicha na cruzada contra o fumo.

Um post rápido com um estranhamento de Salsicha: o ser humano evoluiu tanto, aprendemos a respeitar o direito alheio apanhando o cocozinho do cachorro, aprendemos a não jogar papel no chão, mas parece que uma parte da espécie esqueceu de evoluir. Dentro desse processo alguém esqueceu de informar que a bituca de cigarro é tão lixo quanto outro papel qualquer, ou seja, ela não deve ser indiscriminadamente atirada no chão sem o menor pudor como acontece muito e pasmem, mas algumas pessoas acham que bituca de cigarro é adubo, acabou de fumar, joga em um vaso ou canteiro e tá resolvido.
Parte II, a fumaça, alguém já notou que fumante adora fumar nas janelas? Quando eu vejo isso acontecer sempre penso: -Será que por acaso ele pensa que venta de dentro pra fora? Mistério....
Sem que preciser me tornar chato, prezado Sr. Fumante, basta lembrar que o seu direito termina onde começa o meu e tá dado o recado.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Salsicha, o revisor de textos.

Provavelmente minha mãe não me olhou no berço e disse você vai ser revisor,  mas fato é que a vida deu voltas e uma hora me ví com essa função no colo e revisor meus caros, é um cara muito chato, ou alguém aí acha bacana passar a vida procurando erro alheio? É  quase uma maldição, o texto cai  em suas mãos e ao invés de entender o conteúdo fica procurando detalhes mínimos do que pode ser melhorado e, em uma cultura que tão poucos tem o hábito de ler, uma hora você acaba se perguntando: pra que essa função que é quase um ghost writter , pra que esse preciosismo com o texto se quase ninguém vai perceber a sutileza do trabalho?  
É muito bom quando abre-se a luz assim de uma vez e a clareza de uma idéia vem de forma pura, de um jeito que não precisa tirar nem acrescentar nada, como uma música que o autor escreve inteira de uma só vez, parecendo que ela já veio pronta do além, e há alguns dias eu tive uma luz dessa que me deixou conformado, não preciso ser sacrificado, há solução... Uma amiga me pediu para fazer a revisão da tese de mestrado dela e eu peguei o trabalho, é de uma área que eu não conheço então tive que redobrar a atenção. Como um artesão fui polindo a tese: uma crase aqui, uma vírgula ali, um pleonasmo eliminado, uma preposição fora de lugar, na verdade coisas mínimas, mas o trabalho vai ser lido por quem é muito letrado, já imaginaram se passa uma besteirinha de erro e ao invés de o avaliador-leitor se fixar no conteúdo que estava ótimo se fixasse no errinho? Derrubaria a credibilidade certamente.  Isso me fez concluir que meu trabalho é tirar apenas o que sobra e não deixar que a atenção se volte para onde não deve.
Então assim sendo, agora quando meu editor disser que tem medo quando me vê com o lápis verde na mão, eu vou responder que ele pode ficar tranqüilo, o meu trabalho é apenas passar invisivelmente pelo texto e deixar o melhor sem que ninguém note a minha passagem, o bom revisor é aquele que ninguém sabe que existe.
E apenas uma nota final, quando estou escrevendo não estou revisando, aí eu relaxo e também posso errar.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nota 10 e nota Zero!

O cliente sempre tem razão é um bordão quase tão antigo quanto o comércio mas atualmente vivemos tempos em que o cliente além de ter razão, quer ser ouvido e atendido em suas reivindicações e há meios para isso, chegamos finalmente ao momento que “o movimento das asas de uma borboleta desencadeia um furacão”.  Tá bem, to viajando um pouco, mas o blog do Salsicha não vai se furtar a levar informações que o dono acha relevante para os internautas perdidos que ora visitam este modesto espaço.
Salsicha não abre mão de experimentar produtos novos mas tem suas preferências já estabelecidas e, em matéria de bolos prontos, o melhor é o Renata, especificamente de Queijo com goiabada, infelizmente encontrado em não muitos supermercados. O lugar que ele costuma comprar esse produto é o Supermercado São Roque da cidade de Ibiúna,  como há duas lojas vamos especificar a loja da Rua Pinduca Soares. Ora, por duas semanas seguidas o produto não foi encontrado na  loja referida então um e-mail foi enviado para o SAC do São Roque, explicando a ruptura do abastecimento do produto e, aproveitando a ocasião, comunicando que a forma como os bolos são expostos na gôndola, empilhados, amassam o produto, foi também avisado que a mesma mensagem seria enviada, como de fato foi,  para o Pastifício Selmi, fabricante da marca Renata, para que o vendedor que atende a região tomasse alguma providência no sentido de solucionar os dois problemas.  Uma semana depois da mensagem, Salsicha quase embolorou de esperar, nem o produto apareceu na gôndola e nem uma satisfação foi dada para o consumidor por parte da Selmi ou do Supermercado São Roque, um caso típico de surdez e cegueira conveniente.
Vosso amigo utiliza também um filtro de aquário da marca Litwin, produto de muita qualidade mas que no ultimo lote teve um problema de fabricação e simplesmente desfez dentro do filtro. Usando o mesmo procedimento, uma mensagem foi enviada relatando o problema através do SAC. Dois dias depois o SAC enviou a mensagem de volta pedindo desculpas pelo problema e após pegar os dados um refil novo foi enviado pelo correio. Um exemplo do cliente tem sempre razão e é ouvido e atendido.
Então, amigos, nesta semana a nota 10 vai para a Litwin  que está de olho aberto para o cliente e a nota zero vai para o Supermercado São Roque e para o Pastifício Selmi   que sem maiores explicações ficaram cegos, surdos e mudos.
Ah fica aí também o toque, quando um produto ou serviço for ruim ou mal prestado, aprenda a reclamar e divulgar, é um direito seu. E para as empresas, a regra cliente satisfeito fala para três e cliente insatisfeito fala para nove continua valendo, só que agora multiplicado infinitamente.

Politicamente correto.

Tenho observado que o movimento “vamos ser politicamente corretos” acontece faz algum tempo mas, na semana passada aconteceu um fato especifico e hoje mais um que motivaram este post.
Recebi um e-mail com a temática coisas engraçadas de pobre e como gostei, repassei, um amigo me mandou de volta comentando que não gosta do tipo de humor que esculhamba a classe social mais baixa, que luta e batalha etc etc, registre-se aqui que respeito a opinião de todos. Hoje li em um site que o comediante de stand-up  Bem Ludmer foi agredido por um espectador durante uma sessão de piadas de gordo. Aí eu começo a pensar,: -90% das piadas (to sendo econômico no percentual) tem fundo preconceituoso, quase todo o humor  é baseado em alguma forma de discriminação, seja contra loira, português, judeu, homosexual, pobre, político, etc,  sempre vai ofender uma classe, aí você chega a encruzilhada, humor ou politicamente correto? Vamos matar o humor definitivamente? Cada vez que receber uma piada eu terei de pensar se não vou ofender alguém? Há que se pensar e chegar a um meio termo senão vamos  ao extremismo rapidinho, vai ser proibido rir e eu que sou gordo, judeu e to ficando careca, vou ganhar uma graninha processando galera que me manda piadas!
Na mesma linha mas ficando um pouco mais sério, uma cantada também pode cair na mesma. Se for entre classes muito distantes então vira até golpe, como o caso Strauss Kahn e aí  não é o humor mas o feminismo que castra as relações, exemplos diferentes, mas com fundo comum, dá medo fazer uma piada, dá medo passar uma cantada e o ser humano vai ficando cada vez mais encarcerado no mundinho cerceado pelos guardiães da moral e dos bons costumes. Pense nisso.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Salsicha e o mundo dos negócios parte II

Salsicha é um cara que detesta professor que na primeira aula chega expondo o curriculum, dizendo o que já fez e o que deixou de fazer, mesmo porque os que dizem demais quase sempre fazem de menos e desapontam, então vamos tentar não incorrer no mesmo erro  e dizer apenas que há horas de vôo suficientes para tecer algumas observações e é o suficiente para começar o post.

A forma de fazer negócios evoluiu, as empresas cresceram e  nessa evolução foram surgindo como efeito colateral os  vícios corporativos, uns engraçados e outros irritantes, vamos aos que merecem nota:

Lei de Parkinson: “O trabalho expande-se de modo a preencher todo tempo disponível para sua realização”.
Parece engraçado haver uma lei para isso e soa até cult, porém trocando em miúdos é apenas a arte da enrolação ou no nome científico se preferirem, procrastinação. Normalmente quando uma pessoa começa a trabalhar em uma empresa, sempre sobra tempo, por mais atividades que tenha para fazer, 3 meses depois ela faz menos do que fazia quando não tinha experiência e não tem mais tempo para nada.

Não tenho tempo é uma desculpa esfarrapada, pessoas organizadas sempre tem tempo. É só verificar onde o tempo está indo embora. Há pessoas que  não consigo falar nunca, mas que mantém uma intensa atividade nos joguinhos do Orkut e Facebook, sendo que ambos deduram o que o cidadão tão ocupado anda fazendo (risos). Outra que acho engraçada, as pessoas que você liga e te pedem para ligar mais tarde porque estão em reunião, ora, se está em reunião por que atende o telefone? Mais uma: as pessoas que estão em eterna reunião. Sempre fico pensando, se as reuniões são para tomar decisões, quando é que essas decisões são postas em prática já que vivem em constante reunião? Mistério......

O recado é, assuma, ao menos para você mesmo, quando estiver enrolando. E chega de acidez, vamos à parte divertida.

Chamar a empresa de “Firma” ou “Companhia” pode dar até a impressão de importância ou mistério, mas sempre fico na dúvida se o cara trabalha pra máfia.

Dizer: -Ele está em horário de almoço. Automaticamente imagino o cidadão que acabou de sair do refeitório, deitado na calçada com a cabeça encostada em um paralelepípedo e com um palito na boca esperando a “sirena” da fábrica tocar chamando de volta ao trabalho. Pode ser chatice mas, já que não existe mais o horário de almoço, não seria melhor dizer: - Ele está almoçando.

Não vou tecer comentário sobre o gerundismo que está mais à base da cadeia corporativa, mas subindo para o nível gerencial, não sei quem disse isso, mas parece que o bonito mesmo é usar expressões em inglês, dá muito mais credibilidade ao discurso. Aí é um tal de feedback, follow up, break even, dead line e budget, que transformam uma simples conversa em aula de dialeto, aliás do budget eu tenho uma história engraçada, uma vez em uma reunião, o cliente em questão me disse que não poderia fazer o investimento porque não budgetara, e eu fiquei com aquela cara de: –Hein? O que ele quis dizer era apenas que não previra o investimento no orçamento anual. Nessa, um substantivo virou verbo e matéria pra muita piada.

Tem uma dupla nova também que é uma gracinha, o ASAP e o FYI, que são apenas As Soon As Possible (Tão rápido quanto possível) e For Your Information (para sua informação). E você, amigo, ainda usa “urgente” e “para seu conhecimento” na sua comunicação escrita? Tsc tsc que atrasado, cuidado, em tempos modernos seu emprego pode estar em risco.