quinta-feira, 9 de março de 2017

Pra que meteoro?

Vou aproveitar a carona do dia internacional da mulher, que foi ontem, para escrever uma observação de Salsicha que vem me inquietando há algum tempo. Choveram postagens nas redes sociais parabenizando a mulher, dizendo o quanto são sensíveis, delicadas, sensacionais, etc, etc, porém nos grupos privados só de meninos, no Whats App, e também em dois grupos politicamente incorretos que sigo no Face, o movimento foi oposto, o que aconteceu foi uma enxurrada de postagens machistas, vou citar apenas uma para o leitor ter noção exata do que estou falando: “Feliz dia daquela coisa chata que nasce em volta da buceta”, e a coisa foi desse nível pra pior, mas o interessante é observar o clima que reinava, a nítida impressão que tive é que estava ocorrendo uma vingança masculina pela opressão de ter que parabenizar a mulher. Daí, pegando um gancho, a ideia sobre a qual gostaria de discorrer, é que o politicamente correto vem nos massacrando, massacrando, moldando não a personalidade, mas o que podemos falar em público, não dá mais pra fazer piada com quase nada, muito facilmente as coisas são mal interpretadas e a pessoa pode sofrer um massacre virtual apenas por uma postagem mal entendida, só que a gente não exprime o que pensa, mas o pensamento é livre e está lá, essa pressão gigantesca redundou em dois aspectos extremamente negativos, o primeiro é a hipocrisia, aprendemos a filtrar o que expressamos por medo, mas continuamos pensando igual, e o segundo aspecto, muito mais assustador, é a agressividade, ao invés de nos tornar mais brandos, a pressão social apenas represa a agressividade e na menor possibilidade de extravasar sem punição, a coisa acontece com uma intensidade assustadora, é uma explosão de violência, basta um começar, ou então estarmos em uma situação que permite um certo conforto em botar a agressividade pra fora que ela sai descontrolada e toma proporções perigosas, o preconceito e a violência não nos deixaram, apenas ficaram enjaulados em uma casquinha muito fina que urge se libertar e explodir na cara do primeiro incauto que cruzar nosso caminho. Alguns amigos, quando em situações absurdas, costumam dizer: “vem meteoro, vem” já ouvi e vi muito essa frase, mas Salsicha adverte à esses inocentes: quem precisa de um meteoro, quando temos à nós mesmos?

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