segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Pau no gordinho
Toda vez que vê alguma postagem no Facebook, comunicando que alguém emagreceu não sei quantos quilos, que pra isso mudou de vida, passou a fazer exercícios, aí um monte de gente curte, comenta incentivos etc etc etc, a Salsicha cínica não consegue deixar de pensar: -Ora essa, se emagreceu foi porque primeiro de tudo foi sem vergonha indisciplinado e engordou, logo não há mérito nenhum, comeu demais hoje, vai ter que comer de menos amanhã, simples assim, e exercício físico é uma obrigação que cada um tem com o corpo que a natureza lhe deu para sentir-se bem e ter saúde, então deixa de querer contar vantagem quando não fez mais que a obrigação. #chupagordinho
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Pequenas considerações sobre a gravata
Durante um curto período de tempo, essa Salsicha que vos fala trabalhou em uma empresa onde se usava terno e gravata, e eu tinha uma bronca sem fim disso, país tropical, nunca vi muito sentido em achar que uma gravata dá mais credibilidade à pessoa ou ao trabalho e hoje, pensando mais amiúde, vocês já notaram que a gravata está em desuso vertiginoso? Quem usa gravata atualmente? Pastor, advogado, bancário e político, profissões que tem a fama de que uma hora vão levar seu dinheiro embora de alguma forma. E os cidadãos comuns, só usam gravata pra casar e ser enterrado, ou seja, quando você vai se lascar. Salsicha não quer saber de gravata não, sai pra lá....
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
Fragmento do diário impresso de Salsicha
Estou estranho hoje, fomos à represa de manhã, não estava bom. Voltamos, almoçamos, troquei as cordas do violão, não ficou bom. Todo mundo saiu e eu fiquei olhando o neném dormir. Deitei na rede, me senti tão mal, tão só.
Batendo todo o peso de uma vida errante, chorei.
Sem flutuar e sem tocar o fundo, sempre só.
29/12/2007
Batendo todo o peso de uma vida errante, chorei.
Sem flutuar e sem tocar o fundo, sempre só.
29/12/2007
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
O problema é que nunca estamos lá.
Tenho uma colega de sala que passa a maior parte do tempo no whats app e eu
sempre brinco com ela dizendo: -Fica
aqui com a gente hoje. – e nunca tinha parado pra pensar nisso, mas já notaram
como nossa cabeça está quase sempre no próximo lugar onde o corpo vai estar? Se
estamos no trabalho estamos pensando na aula, depois quando na aula pensamos em
casa e quando em casa o cérebro já está antecipando o dia seguinte. Essa
ansiedade de viver o próximo, estar sempre com o pensamento em outro lugar nos atrapalha de curtir o momento presente e
acabamos perdendo a plenitude das coisas, vivemos tudo parcialmente, então tio
Salsicha não vai esticar muito a prosa hoje, mas fica a dica: foca no agora e
curta o momento, o depois vai acontecer, mas só depois.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Meu amigo das ruas
Salsicha ontem teve uma lição da vida que gostaria de dividir com as pessoas especiais que frequentam esse cantinho virtual.
Precisei levar o notebook para a aula e quando estava voltando, cheguei no ponto de ônibus que demorou pra caramba, tinha um morador de rua sentado no ponto, negro, os olhos vermelhos, uma mala ao lado, não dava para identificar a princípio se estava alcoolizado ou drogado (como se o álcool não fosse droga) e confesso que fiquei com medo e mantive uma distância respeitável. Ele me olhou e pediu uma ajuda, eu disse: -Não tenho. - estava bronqueado com a vida por algumas coisas que aconteceram nos últimos dias e não vem ao caso agora - mas aí bati a mão no bolso e lembrei que o troco do lanche estava lá, apenas algumas moedas, eu ainda meio na defesa, mas ele virou pra mim e disse: - Sabe o que é, vou ser sincero, eu tô a fim de tomar um álcool. - eu ri, me desarmei, dei as moedas pra ele e sentando ao lado comecei a puxar papo. Ele me contou que anda por São Paulo todo, com as notícias da crise hídrica foi até a cantareira para conferir, me falou que às vezes visita a mãe, onde fica, como faz pra resolver coisas básicas da vida nas ruas, como tomar banho, me contou até que votou na última eleição e eu dando corda e ele falando. Depois de alguns minutos, abriu a mala, pegou uma bermuda e queria de qualquer jeito que eu a aceitasse como presente. Foi nessa hora que Salsicha tomou uma bela bofetada da vida, chegou com medo, temendo perder alguma coisa que tinha na mochila e no fundo o pobre só queria um pouco de atenção, uma conversa, e com alguns minutos já queria dividir o quase nada que tinha. Delicadamente para não ofendê-lo recusei o presente, o ônibus chegou e segui meu caminho com cara de quem passou uma bela vergonha, não vou esquecer tão cedo esse novo amigo das ruas.
Precisei levar o notebook para a aula e quando estava voltando, cheguei no ponto de ônibus que demorou pra caramba, tinha um morador de rua sentado no ponto, negro, os olhos vermelhos, uma mala ao lado, não dava para identificar a princípio se estava alcoolizado ou drogado (como se o álcool não fosse droga) e confesso que fiquei com medo e mantive uma distância respeitável. Ele me olhou e pediu uma ajuda, eu disse: -Não tenho. - estava bronqueado com a vida por algumas coisas que aconteceram nos últimos dias e não vem ao caso agora - mas aí bati a mão no bolso e lembrei que o troco do lanche estava lá, apenas algumas moedas, eu ainda meio na defesa, mas ele virou pra mim e disse: - Sabe o que é, vou ser sincero, eu tô a fim de tomar um álcool. - eu ri, me desarmei, dei as moedas pra ele e sentando ao lado comecei a puxar papo. Ele me contou que anda por São Paulo todo, com as notícias da crise hídrica foi até a cantareira para conferir, me falou que às vezes visita a mãe, onde fica, como faz pra resolver coisas básicas da vida nas ruas, como tomar banho, me contou até que votou na última eleição e eu dando corda e ele falando. Depois de alguns minutos, abriu a mala, pegou uma bermuda e queria de qualquer jeito que eu a aceitasse como presente. Foi nessa hora que Salsicha tomou uma bela bofetada da vida, chegou com medo, temendo perder alguma coisa que tinha na mochila e no fundo o pobre só queria um pouco de atenção, uma conversa, e com alguns minutos já queria dividir o quase nada que tinha. Delicadamente para não ofendê-lo recusei o presente, o ônibus chegou e segui meu caminho com cara de quem passou uma bela vergonha, não vou esquecer tão cedo esse novo amigo das ruas.
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Whatsapp with you humanity?
Salsicha tem recebido críticas por não ser usuário do Whatsapp,
e em um rasgo de coragem resolve se defender: há não muito tempo, li um artigo
de uma neurologista estudiosa das novas gerações conectadas, onde ela afirmava
que a única forma de reverter esse vício que as crianças e adolescentes
desenvolveram por smartphones e internet, é produzir um mundo desconectado mais
interessante para eles do que o virtual, ora, o mundo de Salsicha é muito mais
interessante que aquela telinha de duas polegadas, pois sim, tem espaço, verde,
movimento, sons, pessoas, risadas, abraços, latidos, roncos de motor, música, livros, é
cheio.
Ontem fui almoçar com três coleguinhas aqui do trabalho e
elas sem a menor cerimônia mergulharam cada qual no seu celular, em poucos
minutos já haviam desistido de conversar
e Salsicha foi pensando: -ora, o que pode haver em uma cabecinha dessas
que acha que essa telinha aí seja melhor do que conversar? Nada. Desistiu
também de falar.
De qualquer forma, é muito triste o caminho que esse nosso
mundinho tem trilhado, apartamento, internet, tédio... Será que tem volta?
Salsicha não sabe, mas continua preferindo a vida ao ar livre, e sem Whatsapp.
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Alegre... triste... feliz... triste?
Salsicha ainda preso na semântica das palavras cismou com
mais um senso comum. As pessoas tendem a
achar que as pessoas tristes são infelizes, pensam que as palavras são
sinônimas, ora, Salsicha mesmo é uma
pessoa de espírito triste, mas nem por isso é infeliz. É um erro comum
confundir as quatro palavras e sentimentos.
A pessoa ser alegre ou triste demonstra um traço de sua personalidade, é
algo interior. Há muita criança triste, assim como também há muita criança alegre, normalmente
as tristes são mais introspectivas, com mais vida interior, enquanto as alegres
são mais expansivas, comunicativas, já a felicidade ou infelicidade são
sentimentos causados por uma condição externa de vida, vem de fora, há muita gente alegre que é infeliz, e muita
gente triste que é feliz dentro de sua tristeza, então fica o ensinamento do
dia de Titio Salsicha, o oposto de alegria é tristeza, e o oposto de felicidade
não é tristeza, é infelicidade.
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